MIGUEL CRISPIM LADEIRA – O MAGO DOS MOTORES DKW
Miguel Crispim Ladeira, nasceu em Campinas em 1940. Já em 41 sua família mudou para São Paulo, para o bairro de Vila Mariana.
Seu pai era marceneiro, mas Crispim nasceu para ser mecânico. Estudou mecânica na “Escola Técnica Getúlio Vargas” no Brás. Aos 16 já trabalhava em uma oficina mecânica. Após o serviço militar, em 1960 passou a trabalhar na Vemag. Foi para o departamento de testes, com Otto Kuttner e Jorge Lettry.

Ainda em 60 através deste departamento, a Vemag começou a participar das corridas. A primeira prova foi na inauguração de Brasília, ainda não como equipe oficial. Participaram desta forma, ainda da “V Mil Milhas Brasileiras” em Interlagos, quando Crispim esteve pela primeira vez na pista.
A paixão foi imediata. Em 1961 a Vemag lança oficialmente a sua equipe de competição, chefiada por Jorge Lettry. Crispim foi promovido a encarregado dos mecânicos. Lettry e Crispim trabalharam em conjunto, na preparação dos carros da equipe, e desenvolvimento de novas soluções para as pistas e para as ruas.
Chamado de “mago” dos motores DKW, Crispim conseguia extrair do pequeno motor DKW 107cv DIN. Para as pistas a potência era de 104cv DIN, para maior durabilidade e resistência. Em 1962 a equipe comprou um chassis feito por Toni Bianco para a F-Júnior, e Crispim montou o motor DKW, que ele aumentou a capacidade de 981cc para 1089cc.


Em 1963 a equipe contribuiu para o desenvolvimento do GT Malzoni. Crispim também criou o gabarito para encurtar o chassis, adaptou a alavanca de câmbio da coluna de direção, para o assoalho e substituiu o sistema de termo-sifão, para uma bomba d´água centrífuga. Participou da criação das famosas carreteras DKW com teto revaixado e da preparação dos motores.


Em 65 aproveitando o chassis do F-Júnior adquirido de Toni Bianco, resolveram criar o primeiro Streamline brasileiro para recordes de velocidade: “Carcará“. Crispim participou ativamente no projeto, preparando o melhor motor da fábrica, e nos ajustes de suspensão e gerais no carro. A carroceria ficou a cargo de Rino Malzoni.


Com o fim da equipe Vemag em 1966, devido a compra pela VW. Ainda correram algumas provas com os DKW Malzoni, como “Equipe Brasil”, mas tendo que arcar com todas as despesas.


Foi coordenador técnico da “Equipe Z” de Anísio Campos, e depois na “Equipe Hollywood”. Montou equipe com Chico Lameirão patrocinada pela Moto-Rádio. Teve em sociedade com Lameirão a “Boxer auto-mecânica”. Em 1978 abriu a própria oficina no bairro da Saúde em São Paulo, virando um ponto de encontro para lembranças das corridas.
Em 1975 ajustes finais no carro de Chico Lameirão que seria o vencedor Crispim e Lameirão na Fórmula Ford Crispim na equipe
Moto-RádioEntrevista na época da Equipe Brasil Moto-Rádio

Em 2006 foi coordenador técnico da equipe CRT (Champion Racing Team), que disputou o troféu Maserati, e também com dois Porsche. Trabalhou também na Lobini. Hoje não está mais na área de corridas e mecânica mas acompanhando os eventos como celebridade que é na história do automobilismo do Brasil.


Por Leonarde Pavani – administrador da página “OS PRECURSORES” e colunista do site Conexão Saloma.
ESSE TEM BASTANTE HISTORIA PRA CONTAR.
Crispim é uma lenda viva.
Verdadeira instituição do automobilismo brasileiro.