FRANCISCO LAMEIRÃO – OU “CHICO LAMEIRÃO”, UM GRANDE PILOTO QUE CARREGA UMA HISTÓRIA IMPORTANTE NO AUTOMOBILISMO DO BRASIL
O ronco dos motores despertou sua atenção, e logo em seguida sua paixão. Aí nascia um grande piloto respeitado por todos.
Nasceu em São Paulo em 1943. Quando jovem era desportista e praticava esqui aquático, no Clube de Campo de São Paulo, que ficava perto de Interlagos. Incentivado pelo amigo Geraldo Meireles, estreou em 1962 no “Prêmio Victor Losacco” com carros VW. Em 1963 junto com Luiz Pereira Bueno e José Ricard, corre as “12 Horas de Interlagos” pela Equipe Torke. Logo em seguida entra para a Equipe Willys, para correr as “12 Horas de Brasília”, novamente com Luiz Pereira Bueno.
Sempre foi um piloto de raça, e participou do recorde de resistência do Gordini em 1964, quebrando 133 recordes, sendo 25 internacionais. Chiquinho e toda a Equipe Willys, participaram da prova em uma maratona de 22 dias ininterruptos !
Na Willys ficou entre 63/64. Fez duplas memoráveis com Christian Heins, Carol Figueiredo, Bird Clemente, Wilsinho Fittipaldi, José Carlos Pace, e também em carreira solo.
Em 1965 mudou para a Equipe Vemag de Jorge Lettry, onde correu com os DKW e os Malzoni. Estreou em Recife com um 2º lugar. Correu mais duas provas em dupla com Marinho, e em 1966, retornou para a Willys, onde correu por apenas dois meses, e passou para a equipe Lumimari para correr com os DKW Malzoni, pois, a Vemag deixou de existir, com a compra pela VW.
Nas três corridas, fez um 1º lugar, quebra o recorde da pista de Interlagos com 3’48”06, superando Fangio que fez o recorde com uma Maserati de 2,5l que cravou 3’50”. Ainda em 1966 correu pela Equipe Dacon, as “VIII Mil Milhas” e os “Mil Quilômetros da Guanabara” com o saudoso Anísio Campos um gênio como design e piloto, com os Karmann-Ghia Porsche.
Em 1967 correndo pela Dacon, em dupla com Emerson Fittipaldi, tiram um 2º lugar no “III Mil Quilômetros de Brasília“. Ainda em 67 participa da Fórmula V.
Em Dezembro deste mesmo ano, passa a correr pela equipe Jolly-Gancia, com os Alfa Romeo. Venceu em dupla com Piero Gancia e Emilio Zambello o “III 500 Quilômetros da Guanabara”, e em dupla com Wilsinho Fittipaldi os “Mil Quilômetros da Guanabara”.
Em 1969 deixa a Jolly-Gancia e passa a correr com o protótipo de Anísio Campos, ajudando no acerto do carro. Correu também com o AC/VW da Marinho Veículos, patrocinado pelo Arroz Brejeiro.
Em 1970 foi para a Inglaterra, com um pequeno patrocínio (Freios Varga e Fundo Baluarte), e por lá montou um carro, e sozinho preparou, e fez toda a manutenção de pista ele mesmo (além de pilotar).
Em uma das várias provas que participou por lá, sofreu um acidente com o carro, que ficou destruído. Retorna ainda em 1970 ao Brasil.
Em 1971 lança a Equipe Z junto com Anisio Campos, com os Porsches 908/2 e 910. No campeonato de 71 foi vice com o 910 em dupla com Lian Duarte, e Luizinho/Anísio Campos campeões com o 908/2. Ainda neste ano na Fórmula Ford é campeão da primeira edição.
Equipe Z, Porsche 910 Porsche 910 e Porsche 908/2
Em 1972 cria a própria Equipe a “Brasil”, depois Motoradio. Foi Campeão Paulista de F-Ford, vice-campeão da Super-V.
Em 1975, na Fórmula Super Vê, com Polar VW O ano de 1974 não foi fácil para Chiquinho Lameirão, que estreou o novo chassi Polar, ainda pela equipe Motoradio Foto arquivo Chico Lameirão
Fórmula Super Vê Foto reprodução
Em 1975 foi Campeão Paulista e Brasileiro da Super-V. Em 1977 sem o patrocínio da Motoradio parou de correr. Em 1978 fez sua última prova com um Polar com patrocínio da Marlboro. Houve um breve retorno em 1983, junto com Jan Balder com um Ford Escort, fizeram três provas de longa duração. Continua sempre envolvido com o automobilismo, mesmo depois de parar de correr, como construtor, preparador e piloto em provas de rally de regularidade.
Por Leonarde Pavani – administrador da página “OS PRECURSORES” e colunista do site Conexão Saloma.