24 HORAS DE DAYTONA [1998] – EQUIPE TOTALMENTE BRASILEIRA + PORSCHE 911 GT2/993
Organizar e disputar, com uma equipe totalmente brasileira, uma das principais provas de longa duração do mundo: as 24 Horas de Daytona. Isso aconteceu no já longínquo ano de 1998.
Em uma ação poucas vezes vista no automobilismo brasileiro, a equipe Dener Motorsports, liderada por Dener Pires, e com o apoio da Porsche Brasil, levou toda a sua estrutura para os Estados Unidos e disputou a edição de 1998 das 24 Horas de Le Mans.
Os pilotos destacados para a missão foram Flávio Trindade, Maurizio Sandro Sala, Regis Schuch e André Lara Resende, todos com estreita ligação com a marca alemã. O carro escolhido não poderia ser outro, senão o Porsche 911 GT2 em sua evolução 993, o último modelo da marca de Sttutgart que utilizou motorização refrigerada a ar. A classe na qual o time brasileiro disputaria a prova seria a GT2.
O paranaense Flávio Trindade conta como foi impactante a chegada a Daytona, em seu ótimo livro “Objetivo Definido”: “Lá fomos nós, embarcamos em Guarulhos, fizemos escala em Atlanta e seguimos para Daytona. Não sabíamos que o aeroporto ficava ao lado do famoso circuito e, enquanto o avião se aproximava para a aterrisagem, ficamos observando a enormidade daquele autódromo, com gigantescas arquibancadas para 160.000 pessoas e suas duas gigantescas retas, com curvas super inclinadas. No interior do circuito, já estavam estacionados muitas centenas de trailers e motorhomes. Eram impressionantes sua grandeza e magnitude, e eu jamais havia visto nada parecido com aquela imagem.”
Trindade era o único piloto do quarteto brasileiro que não havia andado no traçado misto de Daytona, que também abarca as curvas inclinadas do trecho oval. Mais um desafio para o piloto paranaense, que ele conseguiu enfrentar muito bem. O Porsche do time brasileiro tinha seu esquema de cores em um branco predominante e a bandeira do Brasil estilizada na frente e teto do carro. Uma pintura que marcou história!
A história da equipe brasileira nas 24 Horas de Daytona de 1998 começou com dificuldades: O carro ficou preso na alfândega com problemas burocráticos de liberação. O time ficou dois dias sem o carro e perdeu os treinos iniciais. Quando o carro finalmente foi liberado, restava apenas um treino para o time brasileiro. Era hora de trabalhar duro e acertar o Porsche para a classificação e a prova, além da oportunidade dos quatro pilotos também se ambientarem ao carro e ao circuito.
O primeiro grande desafio do time brazuca na pista seria classificar o carro, o que eles conseguiram de forma magistral, com a terceira colocação na classe GT2. O feito foi de fato louvável, pois naquela edição, um total de mais de 130 carros tentavam a participação na corrida.
Chegava então o momento ápice: a corrida. Flávio Trindade conta os bastidores da prévia da prova em seu livro “Objetivo Definido”, aspas para ele: “Ás 11 horas da manhã fomos chamados para alinharmos a equipe ao lado de seus carros, todos de frente para o público, para escutar o Hino Nacional norte-americano, tocado pela Banda dos Fuzileiros Navais dos USA. Emocionante, todo mundo arrepiado.”
As primeiras horas de corrida transcorreram super bem para o time brasileiro e seu Porsche 911 GT2. Até que, por volta das 10 horas da noite, o piloto Regis Schuch, em um raro descuido, escapou da pista e bateu o carro brasileiro. As avarias estavam concentradas na dianteira direita do Porsche e a suspensão daquele lado estava arruinada.
Quando o carro foi trazido para os boxes, um dos engenheiros da marca alemã que acompanhava o time brazuca, ao avaliar os danos no bólido, condenou a participação da equipe e ordenou a retirada do carro da prova.
Mas no melhor estilo “brasileiro não desiste nunca”, os mecânicos recolheram o carro para a garagem, que fica atrás do pit-lane, e começaram um trabalho de reconstrução do carro. Ao ver toda a movimentação e gana dos “mecas”, formou-se uma curiosa plateia para acompanhar o trabalho, que foi feito e concluído em aproximadamente 50 minutos.
O pessoal conseguiu trocar todo o conjunto de suspensão dianteiro do lado afetado, o direito, e ainda fez todo o alinhamento do carro. Quando o carro finalmente foi empurrado em direção ao pit lane, uma salva de aplausos saudou o time brasileiro, em um misto de incentivo e admiração pela persistência e perseverança.
Coube ao paranaense Flávio Trindade a missão de voltar para a pista e validar o trabalho dos reparos realizados. Para a ótima surpresa de todos, Trindade informou pelo sistema de rádio que o Porsche 911 GT2 estava “melhor do que antes”.
O time brasileiro seguiu a prova em um excelente ritmo e não enfrentou grandes dificuldades. Ao final da maratona de 24 Horas e 604 voltas completadas, o resultado era a vigésima primeira colocação na classificação geral – de um total de 74 carros que largaram – e a ótima quarta colocação na classe GT2. Um excelente resultado para a equipe capitaneada por Dener Pires, e um feito que entrou para a história do automobilismo brasileiro.
Classificação [25 primeiros]
Fonte “Blog do Carelli”, em 16 de junho de 2022. Todos os direitos reservados ao Rodrigo Carelli e agradecimentos pelo compartilhamento.
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Obrigado pelo carinho e lembrança.
Foi uma “Prova de Endurance” ao pé da letra.
O carro chegou avariado na frente do nosso Pit, só que tem a mureta, e ele não pode ficar parado mais do que 5 minutos.
Com a suspensão avariada empurramos p trás dos boxes e fizemos os reparos ali mesmo.
Lanternas, espaço e estrutura reduzida mas com a melhor Equipe!
Com direito à plateia mostramos a que viemos e em 48minutos o carro voltou p pista.
Um detalhe : o retrovisor esquerdo tinha sido perdido na batida.
Os mecânicos da Equipe Konrad , emprestaram um de um carro q tinha abandonado a prova.
E o carro ficou bom?
O “SALINHA” fez o melhor tempo da noite
na Categoria GT2.
Chegamos em quarto na categoria GT2
em uma prova com muito mais do q 24 horas. .
Agradeço as oportunidades muitas de estar com vcs !! abs