PERFIL DE CAMPEÕES – OTTO KUTTNER
Deixa saudades e para quem o conheceu, foi um aprendizado para muitos e principalmente para o amigo Jan Balder
Jan Balder fala de Otto Kuttner, uma passagem sobre a vida de um amigo:
Otto Kuttner,
Logo após a 2ª guerra mundial, o austríaco Otto se aventurou mundo afora e veio parar no Rio de Janeiro, onde conseguiu uma vaga de trabalho na fábrica Fokker holandesa, que montava pequenos aviões em um galpão na base militar no Galeão (abaixo). Alí ficou amigo do meu pai que convidou para ele ficar em casa evitando assim despesas numa simples pensão próximo ao Leme.
Nossa familia com Otto junto mudamos para São Paulo, a locomotiva industrial. no inicio após vacas magras, Otto conseguiu emprego na Angloamérica em Santo Amaro e meu pai após passar pela Brasmotor foi convidado para comandar a engenharia da DKW Vemag, onde um ano após admitiu Otto para vice gerente no dpto de testes.
Na vemag foi um período pioneiro com muitos testes , pesquisas com os fornecedores de materiais para adaptar o DKW nos moldes da géia que exigia 80% do peso do veículo em dois anos de produção.
Otto Kuttner desenvolveu o motor DKW para competição e foi ele que conseguiu tirar 108 cavalos din de um motor 1.1 litro, que foi atração nas Mil Milhas de 1961 com a dupla Marinho- Bird (abaixo).
A história dos DKW na pista durou pouco mais de meia decada e quando a Vemag foi adquirida pela VW do Brasil, Otto Kuttner foi junto e alí após 10 anos ao lado de Stefano Campiglia convenceram o presidente Wolfgang Sauer a criar uma categoria que era coqueluche na Alemanha e nasceu a Super Vê brasileira. Logo depois Otto Kuttner saiu da VW e foi fazer sociedade com Alexandre Guimarães na fábrica Kaimann que produzia os monopostos da categoria.
Apaixonado pelo automobilismo passou a sugerir vários assuntos técnicos na CBA, período para quem o conhecia bem ficará desgostoso com a politicagem da entidade e na década de 80 se afastou em definitivo, indo viver tranquilamente na cidade de Mairiporã. Pessoalmente ele foi meu mentor, ficará meu irmão mais velho e me deu total apoio no início da minha carreira.
Naquela famosa Mil Milhas de 1966 (acima) ele nos orientou, acreditou nos jovens meninos, quando compartilhei ao lado de Emerson uma emocionante corrida. ele deixa muitas saudades”.
Jan Balder
(reprodução/www.bawrery.wordpress.com)