FRITZ JORDAN – GRANDE BACHAREL DO AUTOMOBILISMO BRASILEIRO, PILOTO VERSÁTIL E VELOZ
Carlos Frederico Jordan [Fritz Jordan] nasceu em numa São Paulo de 1948. Filho do industrial Otto Willy Jordan, fã de esportes, e passou esta paixão para os filhos
Fritz estudou no Colégio Visconde de Porto Seguro, onde concluiu o curso científico (como se chamava antigamente o 2º grau). No último ano de escola, ele começa a frequentar Interlagos, e a se interessar pelos carros e pelas corridas.
Fritz procurava aprender tudo o que era possível, com estas amizades nos boxes de Interlagos. Em 1967 entra para o curso de direito da Universidade Mackenzie. Fritz frequentava a concessionária Meca-Nova na Rua da Consolação, onde ficava a oficina da equipe de Pedro Victor DeLamare.
Um amigo chamado Américo Marques da Costa, levou seu Fusca já meio judiado, para fazer uma manutenção na concessionária, e Fritz propôs um negócio da China para o amigo: Fritz bancaria a troca das suspensões do carro, amortecedores, sistema de freio novo e pneus também.
O amigo cederia o carro para ele participar de uma prova em Interlagos. Assim com o Fusca preparado, ele foi dar uma volta com o amigo Pedro Victor DeLamare, para conhecer a pista “por dentro”. Estas foram as primeiras aulas de pilotagem, antes de fazer a sua estreia, nas “100 Milhas Para Estreantes” em outubro de 1967 em Interlagos.
Empolgado com este primeiro resultado, Fritz queria participar das Mil Milhas Brasileiras, mas para isto necessitava participar de mais corridas (ter conquistado mais pontos em corridas oficiais), e tirar a carteira de piloto. Para isto foi correr o máximo de provas para conquistar os pontos para a carteira oficial de piloto.
Junto com Fausto Dabbur, de Renault 1093, foram correr no Rio de Janeiro, e fizeram uma grande corrida, vencendo na categoria. Foi correr em Curitiba mais uma prova, com um Renault 1093, desta vez emprestado pelo amigo Lian Duarte. Fritz vence a corrida também em Curitiba, e conquista os pontos necessários para tirar a carteira de piloto.
Esta foi uma das provas mais difíceis de todas as edições. Chuva, neblina, asfalto ruim, pedras que escapavam das laterais da pista, e pedras atiradas pelos espectadores. O resultado foi surpreendente: um 6º lugar na geral, em uma prova que tinha carros importados que vieram de fora (Lotus Europa e Porsche 911), fora as carreteras muito mais potentes e rápidas.
Logo depois Interlagos fechou para reformas. As corridas migraram para o Rio de Janeiro e para o Paraná. Em 68 passa a auxiliar Anísio Campos, com a criação de um novo protótipo de corridas, o AC.
Mesmo com Interlagos fechado, alguns pilotos faziam testes com os carros no miolo, e assim o AC foi testado. O carro fez algumas boas participações, e teve um segundo lugar nas “3 Horas de Velocidade” no Rio de Janeiro, onde chegou em 2º atrás da poderosa Alfa P33 de Pace.
Em 1970 Fritz Jordan fez parte da leva de pilotos brasileiros, que foram tentar a carreira na Europa. Para ir para lá teve que vender o protótipo AC que estava usando. Correu com um carro Fórmula Ford, que não era de ponta, e sofreu um acidente, que destruiu o carro. Correu também com um carro na Fórmula 3, adquirido por ele com o dinheiro que levou para a Europa.
Fez participações brilhantes na categoria, quebrando o recorde da pista em Snetterton, mas infelizmente o câmbio do carro quebrou. Resolveu que voltaria em 1972, e com um carro melhor de forma independente. Mas a vida tomou outro rumo, tendo que terminar os estudos, casou e teve o primeiro filho.
(que deu precioso auxilio, com várias dicas para Fritz) Foto reprodução
A sua despedida das pistas foi em 1974 nas
“25 Horas de Interlagos” com um Maverick V8, em parceria com os amigos Lian Duarte e Totó Porto.
Foto reprodução
Neste mesmo ano formou-se bacharel em direito, e passou a exercer a profissão. Em 1992 mudou-se para os EUA, e sempre que pode, volta ao Brasil para participar de eventos ligados ao automobilismo, e rever os amigos.
Por Leonarde Pavani – administrador da página “OS PRECURSORES” e colunista do site Conexão Saloma.