MARIVALDO FERNANDES – PILOTO DE TALENTO, KART, F-VÊ, F-FORD, GTS, PROTÓTIPOS

Em 1974, disputa duas provas na Fórmula Ford na Europa, sendo 4º lugar em Silverstone na estreia, e depois de estar em 2º em Silverstone, abandona por problemas mecânicos. 

Marivaldo Fernandes nasceu em Santos SP em 1933. No início dos anos 50 seu pai mudou para o Guarujá, litoral de SP, onde comprou uma pequena empresa de ônibus a “Viação Guarujá”. Sua formação escolar foi no “Colégio Santista”, onde concluiu o Ginasial. Quando jovem trabalhava com o pai, também comerciava com carros. Desde criança gostava de carros, e passeava com uma calota pela casa fingindo estar dirigindo (ou seria pilotando?). 

Em 1958 participa de sua primeira prova ao lado do também Santista Pedro Victor DeLamare, a bordo de um MG que pertencia a Pedro Victor os “500 Km de Interlagos”, mas não concluíram, porque o carro quebrou. Nos dois anos seguintes Marivaldo, conheceu a sua esposa, casou-se, e se tornou sócio do pai na Viação Guarujá, ficando afastado das pistas.

Neste período Marivaldo sofreu de úlcera, e em uma cirurgia, teve reação a anestesia, sofreu uma parada cardíaca de mais de 3 minutos, e entrou em coma por mais de um mês, renascendo como por milagre!

Voltou às pistas em 1960 com um Simca que era seu em parceria com Zoroastro Avon. Em 62 ainda em dupla com Zoroastro Avon de Simca correram os “500 Km de Interlagos”.


Ele queria fazer as coisas do seu jeito, e comprou um Berlineta Interlagos vermelha para correr por conta própria, e colocou o nº 45, que seria seu número ao longo da carreira Foto reprodução/AE

Correndo com Chico Landi, Marivaldo venceu algumas corridas, e teve grandes experiencias como piloto Foto reprodução

As vitórias não vieram imediatamente, nesta época havia muitas “feras” nas pistas. A primeira vitória veio em dupla com ninguém menos que Chico Landi nos “1500 Km de Interlagos” em 1964. Ainda neste ano nas “6 Horas de Interlagos”, novamente a dupla vence e desta vez com um Porsche. 

O Karmann-Ghia Porsche branco do Marivaldo, antes da equipe Dacon se tornar famosa Foto reprodução

A primeira vitória solo veio em 1965 no Rio de Janeiro. Após este período chegou a disputar algumas provas pela equipe Willys, mas não como piloto oficial. Correu também algumas provas do campeonato Paulista com um Fiat Abarth. Paulo Goulart estava iniciando o projeto com os Karmann-Ghia Porsche do que viria a ser a equipe Dacon. Ele disputou com um Karmann-Guia Porsche branco nº 45, diferente dos azuis claros, e depois escuros da equipe Dacon

Na equipe Willys na extrema esquerda, ao lado de Bird Clemente Foto reprodução

Foi 2º lugar em dupla com Cacaio nos “1.500 Km da Guanabara”, e depois 4º lugar em 66. Foi também 8º nos “500 Km de Interlagos”. Como corria por vezes pela Willys, e sua relação com Luiz Antonio Greco não era das melhores, ele foi correr com Piero Gancia com as Alfas em 1966 os “1000 Km de Brasília”, e foram vitoriosos. Lulla Gancia com o Fiat Abarth que Marivaldo corria foi 5º lugar em dupla com Felici Albertini. 



Correu de Kart pela equipe Mini também com sucesso. Em 1967 disputou mais provas pela equipe Willys em dupla com Bird Clemente, conseguindo o 2º lugar nas “Mil Milhas Brasileiras”, e nas “6 Horas de Interlagos” foram 3º lugar.


Correndo na Fórmula Vê com o mesmo talento e garra Foto reprodução

A partir daquele ano começou a correr na Fórmula Vê com bons resultados nas provas que disputou. Ainda em 1967 votou a correr com as Alfas da Jolly-Gancia, alternando em dupla com Emilio Zambello, e com Piero Gancia.


Greco da Willys, não escalou Marivaldo para os “Mil Km de Brasília”, o que o deixou furioso, e o fez correr a prova com um Porsche próprio que ele preparou, e quase venceu, o que não foi possível, por uma quebra do cabo do acelerador na última volta! Foto reprodução

No final dos anos 60 a Alfa P-33 era o carro mais veloz do Brasil. Não era para menos, o carro havia sido vice em Le Mans Foto reprodução

Em 1969 com as Alfas GTA da Jolly-Gancia, em dupla com José Carlos Pace venceu os “1000 Km de Brasília”, os “500 Km de Salvador” (esta prova com a Alfa P33), o GP de Fortaleza em dupla com Luiz Fernando Terra Smith (com a Alfa GTA), e em Curitiba. Ainda em 1969 conquista o título Brasileiro da temporada, e recebe o Prêmio Victor das mãos de Jackie Stewart. Em 1970 vence novamente, os “1000 Km de Brasília” em dupla com Emílio Zambello.


1969 – Campeão Brasileiro e prêmio Victor entregue por Jackie Stewart Foto reprodução


Os carros em Interlagos haviam se sofisticado, com os importados e os protótipos Foto reprodução

Nesta época começou a investir em fazendas de laranja no interior paulista, além de administrar a Viação Guarujá. Quando Interlagos reabriu, o cenário das corridas mudou, e os carros passaram a ser importados. Tinha Ferrari, Alfas, Porsches, Lolas e também os protótipos nacionais como o Fúria de Toni Bianco, os AC do Anísio Campos e os Avallone.


O grave acidente com a P-33, que rachou ao meio, e ficou irrecuperável Foto reprodução

Na volta de apresentação para as “12 Horas de Interlagos” em 1970, Marivaldo perdeu o controle da Alfa P-33, e bateu, partindo o carro em dois! Felizmente não sofreu lesões graves. Pensou até em parar de correr após o acidente. Para substituir a P-33 acidentada, compraram uma Alfa T33/3 de 400 hp, para enfrentar o Porsche 908/2 de Luiz Pereira Bueno da Equipe Hollywood.



Foi convidado a correr pela Lotus na F3, mas declinou do convite, devido a seus compromissos com os negócios. Em 1974 para realizar um sonho, disputa duas provas na Fórmula Ford na Europa, sendo 4º lugar em Silverstone na estreia, e depois de estar em 2º em Silverstone, abandona por problemas mecânicos.


Marivaldo correndo na Europa em Silverstone Foto reprodução


Correu também de Maverick na divisão 3. Formou uma equipe de Fórmula Super Vê, e venceu duas provas entre 74 e 75. Tinha brevê e pilotava aviões de pequeno porte.


Em um trágico 18 de Março de 1977, junto com o amigo José Carlos Pace, sofre um acidente aéreo na região de Mairiporã, que nos levou ao mesmo tempo, dois dos maiores pilotos brasileiros.


Por Leonarde Pavani – administrador da página “OS PRECURSORES” e colunista do site Conexão Saloma.

Luiz Salomão

Blogueiro e arteiro multimídia por opção. Dublê de piloto do "Okrasa" Conexão direta com o esporte a motor!

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