CHICO ROSA – A FIGURA POR TRÁS DOS GRANDES PILOTOS
O homem que levou o automobilismo brasileiro ao pódio mundial.
Francisco Castejon do Couto Rosa, nasceu em Patrocínio Paulista interior de SP, em 1942. Primogênito da família, era filho dos fazendeiros Nelson do Couto Rosa de Ovídia Castejon do Couto Rosa. Tinham fazendas na região, e o curso primário Chico Rosa concluiu em uma escola dentro de uma das fazendas da família. Em Monte Santo de Minas, concluiu o ginasial.

Em 58 a família muda para SP, no bairro de Higienópolis. Chico Rosa fica conhecendo um ilustre morador do bairro: Ciro Cayres. Naquele mesmo ano, Chico Rosa foi apresentado a Interlagos pelo Ciro Cayres, e conheceu naquele mesmo dia pilotos como: Celso Lara Barberis, Chico Landi, Fritz D´Orey e outras feras da época; e a paixão pelos carros e as corridas surge imediatamente.
Passou a frequentar Interlagos assiduamente, travando conhecimento não só com os pilotos, mas com os chefes de equipe, passando a observar as estratégias das corridas de longa duração, a cronometragem dos tempos, e todos os detalhes inerentes as corridas de carros. Passou no vestibular para o curso de engenharia civil no Mackenzie.

Em suas idas para Interlagos, fica conhecendo Luiz Antonio Greco, com quem viria a trabalhar mais tarde na equipe Willys, junto com Christian Heins. Em 64 já na equipe Willys, vai para Brasília para fazer o planejamento, e a cronometragem da prova. O trabalho era difícil: controlar o tempo e a estratégia de 7 carros em uma prova longa, os revezamentos de pilotos (e alguns estavam inscritos com mais de um carro), coordenar as paradas de abastecimento, e os detalhes ao longo da corrida (naquela época não havia computador).

Chico tinha facilidade para línguas e era poliglota. Falava Inglês, Frances e Italiano. Logo Chico Rosa especializou-se em corridas de carros de forma a ser reconhecido como um dos maiores entendedores do assunto na época. As reuniões do meio automobilístico, ocorriam no famoso restaurante Deck, na Av. Nove de Julho. Discutia-se muito qual seria a chance dos pilotos brasileiros, se fossem correr na Europa. Chico Rosa via na nova geração de pilotos que surgia um nome promissor: Emerson Fittipaldi.

Chico Rosa concluiu o curso de engenharia, e em 1969 Chico e Emerson vão para a Inglaterra. Em Wimbledon, dividem um quarto de pensão. Chico cuidava de toda a parte burocrática, de conseguir o carro de fórmula Ford, e os demais entraves que pudessem surgir.
Já logo de cara Emerson vence com brilhantismo a prova em Snetterton; e conquista mais três pódios, antes de ir direto para a fórmula 3. Eles tinham um caminhão velho, onde iam o carro, o piloto, os mecânicos, as peças e todo o aparato necessário para a equipe. Em Oulton Park após Emerson dirigir o caminhão por horas para chegarem lá, ele deu uma descansada, fez a pole, e ganhou a corrida! Depois de 69 a tendência era a equipe migrar para a Fórmula 2.

Em 70 Chico ficou entre assessorar Emerson e também José Carlos Pace, que foi direto para a Fórmula 3. O Brasil começava ser reconhecido, com os pilotos vencendo campeonatos na Europa. Em 1972 Chico casa-se com Sylvana Simone Pereira. Até 73 Chico deu apoio a todos os pilotos que foram tentar carreira na Europa. Ainda em 74 volta para a Europa, mas por pouco tempo.

No Brasil começa a trabalhar com engenharia, junto com Marcos Tomanik (outro apaixonado pelas corridas). Em 75 é convidado a integrar a administração do Autódromo de Interlagos. Chico ficou um pouco afastado das corridas; mas não por muito tempo. Foi a Interlagos em 75 assistir a uma prova de Super Vê, e lá identificou um piloto que poderia se tornar um futuro campeão da Fórmula 1, como ele havia feito com Emerson Fittipaldi. O Jovem piloto chamava-se: Nelson Piquet Souto Maior.

Em 76 Piquet é campeão na Super Vê. Chico com um grupo de amigos, leva Piquet para disputar a Fórmula 3 na Europa. Através de Chico Rosa que era amigo de Bern Ecclestone, chefe da equipe Brabham, Piquet foi apresentado como um futuro campeão da F1. Antes do final do ano Piquet foi campeão da Fórmula 3. Três anos depois Piquet foi campeão mundial de F1 pela Brabham.

Desde então Chico se dedica a administrar as fazendas da família e passando pela gestão do Autódromo de Interlagos, porque quem ama as corridas como ele, não pode viver longe delas.
Por Leonarde Pavani – administrador da página “OS PRECURSORES” e colunista do site Conexão Saloma.
Cara, que legal seu texto. Breve, porém faz um link sensacional com a história que o Piquet conta nessa entrevista de nov/2021:
https://www.youtube.com/watch?v=2oNTw_5aiwI
Em tempo, sou fascinado pelas histórias dos nossos automobilistas.
Obrigado Paulo! Por aqui sempre terá uma parte da história sendo contada…gde abs