CHEETAH, A SAGA CONTINUA…

Cheetah-TheMama´s and ThePapa´s

Voltando ao ponto onde paramos no capítulo anterior, o piloto Jerry Entin, após alugar seu carro para as filmagens de Spinout, vendeu seu Cheetah a Denny Doherty do conjunto The Mama’s and The Papa’s, que prontamente pintou o carro de azul e converteu o “racer” num carro de rua.


Após Denny Doherty (o segundo da esquerda para a direita no video acima), perdeu-se a pista do carro, sendo que recentemente apareceu um na Europa que supõe-se tenha sido o de Denny. Escolhi a canção California Dreamin’ para dar um toque musical no sonho de Bill Thomas.

Cheetahs Always Win
Voltando ao sonho de Bill Thomas, apesar dos problemas, os Cheetahs obtiveram onze vitórias em provas de menor porte, superando alguns protótipos mais avançados tecnicamente providos de motores entre-eixos na verdadeira acepção da palavra, a ponto de Bill Thomas adotar um bordão ufanista no seu emblema: “Cheetahs Always Win”.

Cheetah Cox
Desde as suas primeiras aparições as linhas do Cheetah atraíam os aficcionados de carros esporte e de competição, a ponto da Cox, tradicional fabricante de carros de autorama lançar no mercado nas escalas 1/32 e 1/24.


A emoção de ter um Cheetah da Cox era indescritível.

Voltando das lembranças de adolescência, as informações sobre a quantidade de carros produzidos varia conforme as fontes. Os números vão de 16 a 23 unidades.
Bill Thomas fabricou um terceiro carro, vendido a Ralph Salyer…

Ralph Salyer abd the Cheetah
…que com seu mecânico-chefe Gene Crowe, decepou a capota do belo Cheetah Coupé e o transformou…

Cheetah CRO-SAL
Cheetah CRO-SAL at Wilmot Hills
…no único Cheetah “roadster” , o Cro-Sal Special (Cro de Crowe, Sal de Salyer).

Bud Clusserath comprou o quarto carro para participar das 12 Horas de Daytona de 1964.

Cheetah Bud Clusserath
Clusserath participou de diversas provas com seu Cheetah mas não obteve o mesmo sucesso de Titus e Salyer. O quinto Cheetah foi comprado pela Alan Green Chevrolet em associação com a Bardahl. Jerry Grant acidentou-se com o carro nos treinos para as 24 Horas de Daytona de 1964 e não participou da prova.

Cheetah Alan Green
Cheetah Alan Green #1
O sexto Cheetah foi comprado isoladamente pela Alan Green Chevrolet, participou de diversas competições nos anos 60, e até hoje participa de provas históricas e exposições de elegância automobilística, como pode ser visto nas fotos acima.

Cheetah AlGr-Verde #81

O sétimo Cheetah também foi adquirido pela Alan Green Chevrolet para revenda e ser usado nas ruas. A esposa de Alan Green participou de algumas provas de dragsters com o carro.

Cheetah Road Street
O oitavo Cheetah não participou de corridas em sua época, sendo exposto, como na foto em Pebble Beach 2008.

Cheetah Cadillac Dixon #33 1964
O nono Cheetah recebeu um motor Cadillac para ser usado nas ruas mas acabou participando de algumas competições.

Cheetah Factory Dragster
O décimo Cheetah foi destinado apenas a provas de dragsters. Era carro oficial de fábrica.

Cheetah WhiteRacing
O primeiro Cheetah após a Divisão Chevrolet tê-lo devolvido a Bill Thomas, foi totalmente reformado, pintado de branco, ganhou o número “58” e teve uma breve carreira nas pistas.

Musia Cheetah
AS informações são por vezes conflitantes mas este carro é tido como o décimo sexto carro construído por Bill Thomas, comprado por Mike e Sherry Musia e nunca participou de corridas nos anos 60. Passou por diversas mãos até que em 1984 foi adquirido por Skip Gunnell, já falecido, o qual preparou o belo Cheetah #110 para provas históricas.


Entre os instantes (minutos) 02:04 e 02:14, a referência à inexistência de eixo cardã (“no room for drive shaft…”

No video Skip Gunnell descreve o carro e nos leva a um passeio. Passo-a-passo o sonho de Bill Thomas virou pesadelo. Em 1965 a SCCA anunciou que a produção mínima para homologação de carros na categoria GT passaria de 100 para 1000 unidades. E para piorar a situação…
Cheetah Bill Thomas #1
Cheetah Bill Thomas #2

…um incêndio no galpão destruiu a pequena fabrica de Thomas, a carroceria “master” de madeira que servira para fazer as primeiras carrocerias de alumínio e os moldes para as de fibra de vidro, o dragster oficial de fábrica, além de diversas peças no almoxarifado, o que contribuiu para dar o atestado de óbito ao Cheetah. Do incêndio salvaram-se quatro chassis inacabados e algumas peças.

Alie-se a isso o fato da General Motors não mais se interessar em apoiar “por baixo dos panos” projetos como o Cheetah, e muito menos suprir as peças necessárias. E ainda por cima, naquele período nos anos 60, os projetos de carros esportivos e de competição estavam se voltando maciçamente aos carros com motores realmente entre-eixos, leia-se atrás do piloto, e equipados com “transaxle”. Um bom exemplo disso foi o Shelby Daytona que se tornou obsoleto com o desenvolvimento do Ford GT40.

Daí em diante Bil Thomas puxou o fio da tomada e não quis mais saber de carros de corrida. Diversos fabricantes de “kit-cars” apareceram, como é o caso das réplicas do Cobra que uma infinidade de empresas produz. Restam nos dias de hoje entre 8 e 10 carros originais, números estes bastante controversos, algo semelhante às Lolas T-70 que renascem das cinzas.

Felizmente, para quem está disposto a desembolsar uns US$ 100.000,00, a BTM (Bill Thomas Motorsport – nome dado em homenagem a Thomas) fabrica réplicas impecáveis que são aceitas em provas históricas, visto que as mesmas possuem…

Bill Thomas Signing
…certificado de autenticidade assinado pelo próprio Bill Thomas.

Bill Thomas #2007 A
Bill Thomas #2007
Em visita à BTM em 2007 á adoentado, mas feliz por ver seus carros recriados.
Assistam a um video de um Cheetah BTM “lightweight” Race Car. Professor Bob Bondurant não se conteve a acelerou a barata.


Bill Thomas faleceu aos 88 anos em 10 de Outubro de 2009.

Por Luiz Vicente Miranda, engenheiro mecânico, antigomobilista, possui um MGB Roadster 1967 e um Porsche 914 1974, entusiasta de esportes a motor, ex-kartista e motociclista apaixonado por máquinas inglesas, como Triumph, HRD-Vincent, Norton e BSA…
(reprodução)

Luiz Salomão

Blogueiro e arteiro multimídia por opção. Dublê de piloto do "Okrasa" Conexão direta com o esporte a motor!

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.

Verified by MonsterInsights