RETRO RACER: FERRARI, ABARTH E AFINS

Uma declaração de amor para com as Ferraris e Abarths…pela visão de Fabrizio Violati que transformou a sua paixão em um museu dedicado às suas máquinas de corrida favoritas, com a ajuda de Enzo Ferrari! E hoje é passagem obrigatória aos que vão apreciar as “rossas” na terra da bota.

Museu Maranello Rosso


Franco Cortese_the first win for Ferrari #1947 Rome Grand Prix
Em 25 de maio de 1947, Franco Cortese marcou sua primeira vitória na Ferrari, no Grand Prix de Roma (acima). Um dos espectadores naquele dia foi o garoto Fabrizio Violati, então com 11 anos. Este foi o começo de uma paixão por carros em geral, e da Ferrari em particular, que culminaria em um dos melhores museus de propriedade privada no mundo: Maranello Rosso.

Violati nasceu em Roma, em 1935 como o mais jovem filho de um fazendeiro e produtor de água mineral. Ele rapidamente desenvolveu um gosto pela velocidade e na sua adolescência.



Vespa_Fabrizio Violati


Fazia manobras de arrepiar os cabelos com sua Vespa (acima) toda reforçada na sua estrutura. Um de seus amigos (escondido) fotografara ele pulando sobre 10 barris de vinho. A imagem foi enviada para a empresa que fabricava a Vespa, que ficaram impressionados com a versão italiana de Evel Knievel (EUA), motociclista que desafiava os perigos em saltos ornamentais e contratou-o como piloto de corrida e também para alguns trials.

Enquanto estudava para geologia, passou a competir em quatro rodas. Adquiriu um Fiat 600, em 1959 e entrou em uma série de subidas de montanha, com pouco sucesso. Um ano depois, trocou por um muito mais potente um Fiat Abarth 750 (abaixo)



Fiat Abarth 750 Zagato_Museu Maranello Rosso


Infelizmente, se envolveu num infortúnio que o colocou no hospital por seis meses. Uma vez liberado, a família proibiu-o de nunca correr novamente. Seu amor por Abarth, no entanto, manteve-se forte (graças para nós. pobres mortais)

Nos anos seguintes, Violati respeitava a vontade da sua família a risca, mas com uma exceção notável, que resultou de um encontro em 1965 com uma velha Ferrari que estava perto de se aposentar definitivamente, jogada ao relento. 



Ferrari 250 GTO_Museu Maranello Rosso


Esta Ferrari, nada mais nada menos que uma 250 GTO 3851GT (acima) que tinha participado do Tour de France, em 1962, e chegou em segundo lugar. Ele pagou a soma principesca de 2.500.000 de liras, que foi cerca de 4.000 dólares na época. Sua família não não dava trégua ao acordo e Violati só poderia usar todo o seu empenho em recuperá-la durante a noite.

Levou 10 anos e Violati expandiu sua coleção com outra Ferrari, uma 250 GT. Durante os anos ocupado com a expansão do império da família e de corridas náuticas. Pouco depois de adquirir a 250 GT, Violati fez um “update” no conjunto, já prevendo participações automobilísticas no futuro. A partir de então, a coleção realmente decolou e cresceu gradualmente no tamanho. Hoje, são cerca de 25 Ferrari e 40 Abarth, pelo menos até o momento.

Até o final da década de 1970, Violati já não resistiu à tentação e voltou a correr com o sua muito amada 250 GTO. Para Violati, os carros tinham um objetivo prático, e ele era perfeitamente feliz em deixar o 250 GTO, estacionado em uma rua movimentada. Sua faixa amarela com o pára-brisa Scuderia Campidoglio, uma referência a sua Roma natal, tornou-se uma visão familiar nas provas na Europa durante os anos 1980. Um dos muitos destaques na sua carreira de piloto, Violati venceu o “Campeonato de Autos Historicos da FIA” em 1985.

Violati não se limitou as corridas históricas, ele participou de duas edições das 24 Horas de Le Mans.



Ferrari 512 BBLM Ferrarelle_Museu Maranello Rosso


Com uma Ferrari 512 BBLM (acima) inscrita pela Scuderia Bellancauto e patrocinada pela sua água mineral Ferrarelle. Sua aparição mais famosa foi em 1981, quando ele colocou essa versão radical de 5 litros, em Le Mans, trigésimo lugar no grid e não terminou a prova, por problemas elétricos.

Em 1984, ninguém menos que Enzo Ferrari pediu a Violati para criar o Ferrari Club Italia. Em seguida, incentivou o piloto e colecionador de criar um museu para algumas suas melhores criações e usar o nome Maranello Rosso. Infelizmente, a Enzo Ferrari não viveu o suficiente para ver a inauguração do museu em dezembro de 1989. Maranello Rosso foi inicialmente inaugurado no centro da cidade de San Marion, no topo do Monte Titano. Em 2000, o museu mudou-se para uma instalação de 3.000 metros quadrados, especialmente construído para abrigá-lo.

O nível térreo do museu abriga a maior parte da coleção das Ferrari, distribuídos em três seções distintas. A primeira contém carros de competição, um S 195 e um 250 GT



Ferrari 250 GT SWB_Museu Maranello Rosso


Na área de ligação da primeira a segunda seção, o 250 GT SWB (acima) e 250 GTO, que foram extensivamente usados e com sucesso por Violati são exibidos. O GTO é o destaque óbvio da coleção, mas não mudou de mãos desde 1965 quando foi adquirido.

Alinhados, vários Ferrari de uso de rua, bem como um ASA 1000 GT, que em muitos aspectos é uma mini-Ferrari. Outros carros de destaques nesta área são, uma 250 GT Série I Cabriolet e um 250 GT Speciale. A última seção é dedicada a carros de competição mais modernos, que incluem uma P2 365/3 que foi venceu em Targa Florio, em 1965 com Nino Vaccarella e um dos 312 T3 de Fórmula 1, que originalmente passaram pelas mãos mágicas de Gilles Villeneuve. E também orgulhosamente exibido o único Ferrarelle 512 BBLM.

No segundo andar, dedicado as memórias e arquivos da história sobre a Ferrari e uma grande variedade de objetos relacionados a marca. 



Fiat Abarth Exhausts_Museu Maranello Rosso


Estes vão desde uma série de peças de reposição à páginas de jornais de sobre a Ferrari no mundo. Também em exposição e recuperada das aventuras, a scooter Vespa Violati, original e completa com seus reforços de estrutura feitos por ele. O corredor do prédio é cheio de painéis de recordações automobilísticas, como a ex-Le Mans 512 BBLM.

O sub-solo é quase inteiramente dedicado ao Museu Abarth. A coleção história abrange completamente a marca a partir do início dos anos 1950 ao final de 1970. Considerando o início de sua carreira pessoal, não poderia faltar as variações dos Fiat-Abarth 750.



Fiat Abarth 1000_Museu Maranello Rosso


Máquinas com as Simca-Abarth também estão bem representados (será que não estão os carros que participaram de provas no Brasil e foram recuperados)



Ferrari 365 GTC_Museu Maranello Rosso


Um canto do porão é repleto de Ferrari incluindo uma Ferrari 365 GTC de Enzo Ferrari (acima).

Na ocasião do vigésimo aniversário de Maranello Rosso, em 2009, o museu foi homenageado com um mérito pelo presidente italiano, para a “contribuição significativa da imagem do Made in Italy no mundo”. “Infelizmente, Fabrizio Violati adoeceu logo depois e eventualmente veio a falecer no início de 2010. O seu legado e o futuro do museu, no entanto, estão nas mãos de Sandra Lodi, que é a diretora do museu, desde a sua abertura.


Museu Maranello Rosso #2


O Museu Maranello Rosso está aberto nos dias úteis de fevereiro a novembro e durante o fim de semana, mas se reservado com antecedência. A reserva também é necessário para as visitas guiadas, aquelas contando as histórias de como foi formada a coleção e os destaques. Além disso, o museu pode ser reservado para eventos e conferências. A coleção carinhosamente montada e recordações documentadas em vasto material, resulta em um museu único e fizeram de Maranello Rosso mais do que uma visita turística obrigatória, um exemplo a ser seguido e se juntando aos outros (poucos) museus privados, como o “nosso”, com o empenho de Paulo Trevisan, o “Museu do Automobilísmo Brasileiro”, em Passo Fundo.


Por Wouter Melissen

(reprodução/imagenswww.ultimatecarpage.com/RacingBook)


Luiz Salomão

Blogueiro e arteiro multimídia por opção. Dublê de piloto do "Okrasa" Conexão direta com o esporte a motor!

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