PHIL HILL – 1927…2008

PHIL HILL – Uma lenda americana…
(Faster – Formula 1 e Grand Prix)

Um dos maiores pilotos norte-americanos em todos os tempos, Philip Toll Hill Jr. , conhecido no automobilismo como Phil Hill, foi Campeão Mundial de Pilotos em 1961 e destacou-se principalmente nas corridas para carros esporte e protótipos, obtendo nada menos que 14 vitórias em provas válidas para o Campeonato Mundial de Marcas, incluindo três nas24 Horas de Le Mans.
Nascido em Miami, em 20/04/1927, começou no automobilismo aos 21 anos, em 1948, correndo com um MG-TC.

Em 1950 conseguiu sua primeira vitória, em Peeble Beach, na Califórnia, com um Jaguar XK-120
Nos quatro anos seguintes correu com carros esporte das marcas Alfa Romeo, Jaguar e Ferrari, conseguindo diversas vitórias, destacando-se como um dos melhores pilotos da categoria nos Estados Unidos.

Pebble Beach, Bill Pollack, Allard Cadillac #14, passa por Phill Hill, Alfa Romeo 8C #2, 1951

Disputou sua primeira 24 Horas de Le Mans em 1953, com uma Osca MT-4 particular, abandonando a prova pela quebra do eixo traseiro. Em 1954 conseguiu sua primeira colocação de destaque no automobilismo internacional, ao chegar em segundo lugar na Carrera Panamericana, com uma Ferrari 375 MM particular.
Em 1955 iniciou a temporada chegando em segundo lugar nas 12 Horas de Sebring, com uma Ferrari 750 Monza particular. Com esse carro foi o Campeão Norte-Americano da categoria esporte, conseguindo seis vitórias. Participou da 24 Horas de Le Mans pilotando uma Ferrari 118 LM oficial, não terminando a corrida, por quebra do motor. Disputou a Semana de Velocidade das Bahamas, vencendo o Nassau Trophy, com uma Ferrari 375 S.

Foi contratado pela Ferrari em 1956, iniciando um longo período de colaboração com a fábrica italiana, que durou até o final de 1962. Neste primeiro ano, correndo no Mundial de Marcas, venceu as 6 Horas da Suécia, com Maurice Trintignant, e foi o terceiro colocado nos 1000 Km de Nurburgring, com uma Ferrari 290 MM. Com a Ferrari 857 Monza, foi segundo colocado nos 1000 Km de Buenos Aires. Venceu ainda as 5 Horas de Messina, corrida extra-campeonato, com uma Ferrari 500 TR.
No ano de 1957 ele venceu os 1000 Km da Venezuela, em dupla com Peter Collins, numa Ferrari 335 S. Chegou em segundo lugar nas 6 Horas da Suécia e abandonou nas 24 Horas de Le Mans, por problemas no câmbio, com uma Ferrari 315 S. Nas Bahamas, venceu o Governor’s Trophy e foi terceiro colocado no Nassau Trophy, pilotando uma Ferrari 335 S.

Ele iniciou o ano de 1958 vencendo os 1000 Km de Buenos Aires (acima)e as 12 Horas de Sebring, com uma Ferrari 250 TR, correndo em dupla com Peter Collins. Obteve sua primeira vitória nas 24 Horas de Le Mans, com esse mesmo carro, formando dupla com Olivier Gendebien. Estreou no Mundial de Pilotos no GP da França, chegando em sétimo lugar, numa Maserati 250 F particular. Após a morte de Luigi Musso no GP da França, passou a correr também na Fórmula 1, conseguindo dois terceiros lugares e terminando o campeonato em décimo lugar, com 9 pontos. No GP de Marrocos, a última corrida do ano, ele estava na segunda posição nas últimas voltas da corrida, quando recebeu sinal dos boxes para deixar passar seu companheiro Mike Hawthorn, que assim terminou a corrida em segundo e sagrou-se Campeão, com um ponto na frente de Stirling Moss.
Em 1959 ele venceu as 12 Horas de Sebring, correndo em equipe com Gendebien, Dan Gurney e Chuck Daigh, numa Ferrari 250 TR. Foi o segundo colocado nos 1000 Km de Nurburgring e abandonou nas 24 Horas de Le Mans. Terminou o Mundial de Pilotos em quarto lugar, com 20 pontos, tendo conseguido o segundo lugar na França e na Itália e o terceiro na Alemanha, com a Ferrari Dino 246.
Venceu os 1000 Km de Buenos Aires em 1960, pilotando uma Ferrari 250 TR, com Cliff Allison e José Froilán González. Foi o segundo colocado na Targa Florio e abandonou com problemas de motor nos 1000 Km de Nurburgring e por problemas de combustível nas 24 Horas de Le Mans. Ao vencer o GP da Itália desse ano, entrou para a história da Fórmula 1 como o último piloto a vencer um Grande Prêmio válido para o Mundial de Pilotos com um carro equipado com um motor dianteiro. No GP dos Estados Unidos, com a ausência da Ferrari, ele correu com um Cooper T-51 da Equipe Yeoman Credit, chegando em sexto lugar. Terminou o campeonato em quinto lugar, com 16 pontos.

Em 1961 ele conquistou o título de Campeão Mundial de Pilotos (acima, no GP de Monza), com 34 pontos, um a mais que seu companheiro de equipe Wolfgang Von Trips, morto num acidente no GP da Itália, vencido por Phil Hill. No Mundial de Marcas ele venceu as 12 Horas de Sebring e as 24 Horas de Le Mans, em dupla com Olivier Gendebien, pilotando uma Ferrari 250 TR/61.
No ano de 1962 ele venceu os 1000 Km de Nurburgring, com uma Ferrari Dino 246 SP, e as 24 Horas de Le Mans, com uma Ferrari 330 TR, também em dupla com Gendebien.

Hill no GP de SPA, 1962

Hill Phil, GP da Alemanha, 1962(Cahier Arquives)

No Mundial de Pilotos ele terminou na sexta posição, com 14 pontos, sendo seu melhor resultado um segundo lugar em Mônaco.
Saindo da Ferrari em 1963, ele juntou-se a Giancarlo Baghetti na nova equipe ATS, financiada pelo Conde Volpi e pelo industrial Giorgio Billi, para correr na Fórmula 1 com o novo ATS-100, construído por Carlo Chitti, ex-projetista da Ferrari. A equipe não conseguiu acertar seus carros e Phil Hill participou de apenas cinco etapas do Mundial de Pilotos, só terminando o GP da Itália, em décimo-primeiro lugar. Correu nos 1000 Km de Nurburgring, com um Porsche 718 GTR, abandonando após um acidente e nas 24 Horas de Le Mans, com um Aston Martin DP-212, parando com a quebra do câmbio.
No ano de 1964 ele foi contratado pela Cooper na Fórmula 1, mas só conseguiu marcar um ponto no campeonato. Venceu os 2000 Km de Daytona, correndo em dupla com Pedro Rodriguez, numa Ferrari 250 GTO do North American Racing Team. Disputou os 1000 Km de Nurburgring e as 24 Horas de Le Mans com um Ford GT-40, abandonando ambas as corridas com problemas mecânicos.
Participou da Copa da Tasmânia no início de 1965, com um Cooper T-70 da equipe de Bruce McLaren, chegando em terceiro lugar em Teretonga, Sandown Park e Longford. Correu com carros Ford GT-40 da Equipe Shelby American nos 1000 Km de Nurburgring e nas 24 horas de Le Mans, sem conseguir terminá-las.

Pitstop, Chaparral 2D, Jo Bonnier-Phil Hill, 24 Horas de Daytona, 1966

Disputou o Mundial de Marcas de 1966 com um Chaparral 2D , conseguindo a vitória nos 1000 Km de Nurburgring, correndo em dupla com Joachin Bonnier. Tentou se classificar para largar no GP da Itália, com um Eagle T-1 G, sem conseguir participar da corrida. Foi sua última aparição nas pistas ao volante de um Fórmula 1. Com um Chaparral 2 E ele venceu em Laguna Seca e foi segundo colocado em Mosport Park, pela série CAN-AM. Durante o GP da Bélgica desse ano ele circulou pela pista, sem participar da corrida, numa McLaren equipada com câmeras cinematográficas, para gravar imagens para o filme “Grand Prix”, que estava sendo rodado na ocasião.

Phil Hill, Chaparral 2F, Monza, 1967

Em 1967, foi sua última temporada nas pistas, na qual ele disputou o Mundial de Marcas novamente pela equipe Chaparral. Pilotando um modelo 2 F ele venceu, em 30/07/1967, a última prova do campeonato, as 500 Milhas de Brands Hatch. Após essa corrida ele anunciou sua retirada das pistas, sem se afastar totalmente do automobilismo. Ele montou uma empresa de restauração e venda de carros históricos, trabalhou como comentarista de corridas na televisão e como editor da revista “Road & Track” (fotos), especializada em automóveis, escrevendo artigos e fazendo testes de automóveis.

Resultados de Phil Hill no Mundial de Pilotos –
1958
07/09 – GP Itália – terceiro colocado + MV – Ferrari Dino 246
19/10 – GP Marrocos – terceiro colocado – Ferrari Dino 246
1959 –
10/05 – GP Mônaco – quarto colocado – Ferrari Dino 246
05/07 – GP França – segundo colocado – Ferrari Dino 246
02/08 – GP Alemanha – terceiro colocado – Ferrari Dino 246
13/09 – GP Itália – segundo colocado + MV – Ferrari Dino 246
1960
29/05 – GP Mônaco – terceiro colocado – Ferrari Dino 246
19/06 – GP Bélgica – quarto colocado – Ferrari Dino 246
04/09 – GP Itália – primeiro colocado – Ferrari Dino 246
20/11 – GP Estados Unidos – sexto colocado – Cooper T-51
1961
14/05 – GP Mônaco – terceiro colocado – Ferrari 156
22/05 – GP Holanda – segundo colocado – Ferrari 156
18/06 – GP Bélgica – primeiro colocado – Ferrari 156
15/07 – GP Inglaterra – segundo colocado – Ferrari 156
06/08 – GP Alemanha – terceiro colocado – Ferrari 156
10/09 – GP Itália – primeiro colocado – Ferrari 156
1962
20/05 – GP Holanda – terceiro colocado – Ferrari 156
03/06 – GP Mônaco – segundo colocado – Ferrari 156
17/06 – GP Bélgica – terceiro colocado – Ferrari 156
1963
Não marcou pontos
1964
11/07 – GP Inglaterra – sexto colocado – Cooper T-73
Obs: MV = Melhor volta na corrida (01 ponto)

Vitórias de Phil Hill no Mundial de Marcas –
1956
12/08 – 6 Horas da Suécia – Ferrari 290 MM
1957
03/11 – 1000 Km da Venezuela – Ferrari 335 S
1958
26/01 – 1000 Km de Buenos Aires – Ferrari 250 TR/58
22/03 – 12 Horas de Sebring – Ferrari 250 TR/58
14/06 – 24 Horas de Le Mans – Ferrari 250 TR/58
1959
21/03 – 12 Horas de Sebring – Ferrari 250 TR/59
1960
21/01 – 1000 Km de Buenos Aires – Ferrari 250 TR/59
1961
25/03 – 12 Horas de Sebring – Ferrari 250 TR/61
10/06 – 24 Horas de Le Mans – Ferrari 250 TR/61
1962
27/05 – 1000 Km de Nurburgring – Ferrari Dino 246 SP
23/06 – 24 Horas de Le Mans – Ferrari 330 TR
1964
16/02 – 2000 Km de Daytona – Ferrari 250 GTO/64
1966
05/06 – 1000 Km de Nurburgring – Chaparral 2 D
1967
30/07 – 500 Milhas de Brands Hatch – Chaparral 2 F

Vitória de Phil Hill na CAN-AM
1966
16/10 – Laguna Seca – Chaparral 2 E
Ricardo Cunha
(reprodução/fotos www.roadandtrack.com)

Luiz Salomão

Blogueiro e arteiro multimídia por opção. Dublê de piloto do "Okrasa" Conexão direta com o esporte a motor!

8 comentários em “PHIL HILL – 1927…2008

  • 1 de setembro de 2008 em 09:57
    Permalink

    Belíssima homenagem Saloma. O Phil Hill era muito bom piloto, tanto em monopostos como em esporte-protótipos.
    RIP

    Resposta
  • 1 de setembro de 2008 em 09:57
    Permalink

    Belíssima homenagem Saloma. O Phil Hill era muito bom piloto, tanto em monopostos como em esporte-protótipos.
    RIP

    Resposta
  • 1 de setembro de 2008 em 14:04
    Permalink

    O relógio anda muito depressa. Quando um “nome” se vai num acidente, sempre comentamos que era novo e tal, uma pena… por aí. Mas, quando é um ícone que se foi, deitado na própria cama,com idade quase provecta, ficamos a pensar que logo logo, passará a ser nossa vez de encontrar esse time de pessoas maravilhosas e suas histórias inacreditáveis de superação.
    Grande homenagem ao gringo. Mereceu o que conquistou.

    Resposta
  • 1 de setembro de 2008 em 14:04
    Permalink

    O relógio anda muito depressa. Quando um “nome” se vai num acidente, sempre comentamos que era novo e tal, uma pena… por aí. Mas, quando é um ícone que se foi, deitado na própria cama,com idade quase provecta, ficamos a pensar que logo logo, passará a ser nossa vez de encontrar esse time de pessoas maravilhosas e suas histórias inacreditáveis de superação.
    Grande homenagem ao gringo. Mereceu o que conquistou.

    Resposta
  • 1 de setembro de 2008 em 22:19
    Permalink

    Homenagem maravilhosa a um grande piloto.
    Como não custa nada repetir, naqueles tempos os pilotos se divertiam muito mais.
    Pilotavam monopostos, carros esporte, turismo, prototipos e se sobrasse tempo até carrinhos de rolimã…
    O “home” pilotou tudo o que tinha de bom na época, Jaguar, Cooper, Ford GT 40, Chaparral e principalmente Ferraris onde ganhou a grande maioria das corridas.
    Andou de 250 GTO (aiai) e foi campeão do mundo com a 156 F1 (shark noose) em 1961, um dos monopostos mais bonitos que a Ferrari produziu.
    Não precisava de mais nada…
    Valeu Phill.

    Resposta
  • 1 de setembro de 2008 em 22:19
    Permalink

    Homenagem maravilhosa a um grande piloto.
    Como não custa nada repetir, naqueles tempos os pilotos se divertiam muito mais.
    Pilotavam monopostos, carros esporte, turismo, prototipos e se sobrasse tempo até carrinhos de rolimã…
    O “home” pilotou tudo o que tinha de bom na época, Jaguar, Cooper, Ford GT 40, Chaparral e principalmente Ferraris onde ganhou a grande maioria das corridas.
    Andou de 250 GTO (aiai) e foi campeão do mundo com a 156 F1 (shark noose) em 1961, um dos monopostos mais bonitos que a Ferrari produziu.
    Não precisava de mais nada…
    Valeu Phill.

    Resposta
  • 2 de setembro de 2008 em 21:30
    Permalink

    Romeu falou tudo, os caras andavam de qq coisa. Hoje neguim anda em uma cateogoria e numa marra que irrita.
    Belissima homenagem Saloma, show !!!

    Resposta
  • 2 de setembro de 2008 em 21:30
    Permalink

    Romeu falou tudo, os caras andavam de qq coisa. Hoje neguim anda em uma cateogoria e numa marra que irrita.
    Belissima homenagem Saloma, show !!!

    Resposta

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.

Verified by MonsterInsights