UMARAS E VEMAG, UMA HISTÓRIA…#2

Umaras fala…recebi do Jose Mattos de seu arquivo, mas esse relato será em breve comentado no blog DKW, o Saloma do blog que tanto nos honra, com efeito, vai tecer considerações sobre. Tal procedimento é compativel com uma moderna industria atual? Por que a empresa atraia tantos candidatos a emprego se o ambiente de trabalhado era um campo de concentração militarizado?

Segue uma uma diminuta mostra o que fez um arrogante alemão chefão provavelmente o senhor Horst, esclerosado, desprovido de alegria, que achava que todo funcionário seu só servia para fazer conspiração dentro da empresa e que sentia prazer morbido de punir e enquadrar operarios brasileiros; punindo um pobre-diabo fresador da linha de montagem porque tirou uma foto do colega do lado da maquina…

…um “recuerdo arrado, completamente arrado”gritava e blasfemava o frio e agressivo alemão gerente da usinagem de motores (isso eu presenciei pessoalmente quando fazia meus testes para ali ingressar no controle de qualidade) e quem sabe depois dessa advertencia o pobre japônes operário saiu as 10 da noite (vc tinha hora para entrar 7:30 hs e não para sair). O alemão pegava com ódio o telefone interno preto e aos berros ordenava o Departamento de Relações Industriais redigir uma severa advertência por qualquer deslize de qualquer operário, ato continuo com extrema impaciencia recolocava o telefone no gancho com tremenda batida.
Se por azar o diretor Paul Ivany um alemão-húngaro, o chefe dos chefes (dez vezes mais agressivo que o velho Horst) visse a cena em sua inspeção a cada duas horas, a cena da foto do coitado, seria muito pior, era olho da rua na hora, por justa causa, seria posto na rua feito um cão na mesma hora…

Mas a cartinha tb. com efeito abalou nosso operário que iria fatigado até as 10 e no verão aquele temporal enchia o rio Tamanduatei e também enchia a Vemag e você tinha essa situação ali, trabalhar feito animal, pressão por resultados no limite, chefes nazistas, levar essa advertência e ao sair não conseguir sair, quando chegasse de madrugada em casa a esposa receberia o coitado com extrema hostilidade pensando este ja ter uma amante, pq. o salário do sujeito era bom…tempo vindos e findos…Ainda bem que escapei desse inferno como bem disse o vemaniaco Ary Rocha minha sorte foi nao trabalhar na Vemag….
Abraços e um cafezinho Vemag a todos,

Umaras

Luiz Salomão

Blogueiro e arteiro multimídia por opção. Dublê de piloto do "Okrasa" Conexão direta com o esporte a motor!

18 comentários em “UMARAS E VEMAG, UMA HISTÓRIA…#2

  • 5 de setembro de 2008 em 19:06
    Permalink

    Saloma, Parabéns brow.
    Outro dia vc. nos pediu um “stop and go”,e continua acelererando.
    Continua delivery via internet, via seu cantinho de desabafo a não nos abastecer, mas sim a perpetuar a cultura do Antigomobilismo de Corridas, e dos Heróis e da verdadeira história.
    Falar o que vou aprontar com vc. e o FG?
    Só pergunto pra moçada, o Lousão apareceu e o Piquet sumiu!
    Saloma? Cadê o Piquet?

    Resposta
  • 5 de setembro de 2008 em 19:06
    Permalink

    Saloma, Parabéns brow.
    Outro dia vc. nos pediu um “stop and go”,e continua acelererando.
    Continua delivery via internet, via seu cantinho de desabafo a não nos abastecer, mas sim a perpetuar a cultura do Antigomobilismo de Corridas, e dos Heróis e da verdadeira história.
    Falar o que vou aprontar com vc. e o FG?
    Só pergunto pra moçada, o Lousão apareceu e o Piquet sumiu!
    Saloma? Cadê o Piquet?

    Resposta
  • 6 de setembro de 2008 em 00:49
    Permalink

    O carrinho era bom por causa do amor a camisa e não respeito aos chefes……

    Resposta
  • 6 de setembro de 2008 em 00:49
    Permalink

    O carrinho era bom por causa do amor a camisa e não respeito aos chefes……

    Resposta
  • 6 de setembro de 2008 em 08:51
    Permalink

    Umaras.
    Se acontecesse hoje, a Vemag tava era bem Fodida. Caminhão de som da Cut e da Força na porta, e tudo o mais que acompanha os bandoleiros que dominam os sindicatos.
    Fico imaginando hoje, nos departamentos de criação, o que não devem fazer para impedir uma micro camara nos laboratórios.. Penso até que devem tirar toda a roupa e passar por um scanner…Vissh

    Resposta
  • 6 de setembro de 2008 em 08:51
    Permalink

    Umaras.
    Se acontecesse hoje, a Vemag tava era bem Fodida. Caminhão de som da Cut e da Força na porta, e tudo o mais que acompanha os bandoleiros que dominam os sindicatos.
    Fico imaginando hoje, nos departamentos de criação, o que não devem fazer para impedir uma micro camara nos laboratórios.. Penso até que devem tirar toda a roupa e passar por um scanner…Vissh

    Resposta
  • 6 de setembro de 2008 em 13:35
    Permalink

    Legal Umaras, parabens, por mostrar um pouco da realidade de uma grande fábrica e os seus bastidores do que era trabalhar e se submeter aos rigores de chefes alemães que tinham ódio de brasileiros e que extravasavam todo o seu ódio em quem não tinha nada a ver com os seus problemas de ordem existencial.
    Jovino

    Resposta
  • 6 de setembro de 2008 em 13:35
    Permalink

    Legal Umaras, parabens, por mostrar um pouco da realidade de uma grande fábrica e os seus bastidores do que era trabalhar e se submeter aos rigores de chefes alemães que tinham ódio de brasileiros e que extravasavam todo o seu ódio em quem não tinha nada a ver com os seus problemas de ordem existencial.
    Jovino

    Resposta
  • 7 de setembro de 2008 em 17:13
    Permalink

    Comentário via cx. postal:
    “Prezado senhor,
    A Vemag, empresa de um senhor espanhol, teve a ousadia de ser um dos pioneiros a instalar a indústria automobilistica no Brasil, um país que estava quase 150 anos atrasada na revolução industrial.
    Tenho orgulho de ser neto de um brasileiro que muito fez pelo desenvolvimento industrial brasileiro, tendo começado sua vida como mecânico ajustador, aos 14 anos numa indústria açucareira, em Lorena, São Paulo.
    Estudando por conta própria, dirigiu diversos departamentos técnicos dos mais variados segmentos da nossa indùstria, que buscava recuperar o tempo perdido; foi o encarregado da construção da Fábrica de Projetís e Armamentos do Andaraí, durante o Segundo Conflito Mundial do século passado, que garantiu a vida de muitos brasileiros; foi interventor do Governo Federal em empresas alemãs durante esse conflito e, segundo seus relatos que ouvia quando criança, sempre elogiou o denôdo, a constância, a seriedade e a técnica dos alemães. Com ele aprendi, junto com o alfabeto, o significado de Normas DIN, schnell und danke!
    Encerrou sua carreira de forma precoce, devido a um AVC quando era Diretor Técnico da Fábrica Nacional de Motores, em 1951e faleceu em 1973.
    Seu nome era Lavio Cesar de Carvalho e em sua homenagem, dei esse nome ao meu segundo filho.
    Mas meu avô teve quatro filhos, um dos quais, após formar-se no ITA como engenheiro aeronáutico, foi trabalhar na Vemag, só de lá saindo quando do seu fechamento. Foi responsável pela ferramentaria e desenvolveu os projetos de estampos do Fissore e da frente dos DKW-Vemag 1967; trabalhou posteriormente na Volkswagem e na Karman-Ghia, onde novamente ouvi histórias sobre a forma de trabalhar dos alemães e como, graças a essa atitude que poderia se chamar de prussiana, as coisas funcionam.
    Meu tio faleceu em 2004 e se chamava Alceste Wladimir de Carvalho.
    No mês passado estive na Alemanha e visitei as origens da DKW; fiquei estupefato com a quantidade de fábricas que eles tiveram em Zwickau, Chemnitz, Zchopau, Ingostad; fiquei também impressionado em como esse país se ergueu depois de duas guerras, promoveram uma integração com a antiga República Democrática Alemã e são a potência econômica e social de hoje.
    Eu, particularmente já trabalhei com alemães em empresas como DEMAG, BORSIG, MAN-Ghh, e aprendi com eles muito do que hoje pratico.
    Alemães não se atrasam, não se comprometem com o que não podem cumprir e não descumprem as normas.
    A foto em questão demonstra uma atitude inadequada para o ambiente de trabalho, colocando em risco a segurança do empregado, expõe uma propriedade particular a estranhos e, provavelmente, estava desrespeitando as normas vigentes.
    Ou seja, tudo errado.
    Acho que a advertência dada está correta; se isso fosse feito de forma sistemática no nosso país, não teríamos tantas reclamações do serviço público, tantos acidentes de trãnsito e na construção civil e seríamos maiores do que já somos.
    Jorge Luiz de Carvalho

    Resposta
  • 7 de setembro de 2008 em 17:13
    Permalink

    Comentário via cx. postal:
    “Prezado senhor,
    A Vemag, empresa de um senhor espanhol, teve a ousadia de ser um dos pioneiros a instalar a indústria automobilistica no Brasil, um país que estava quase 150 anos atrasada na revolução industrial.
    Tenho orgulho de ser neto de um brasileiro que muito fez pelo desenvolvimento industrial brasileiro, tendo começado sua vida como mecânico ajustador, aos 14 anos numa indústria açucareira, em Lorena, São Paulo.
    Estudando por conta própria, dirigiu diversos departamentos técnicos dos mais variados segmentos da nossa indùstria, que buscava recuperar o tempo perdido; foi o encarregado da construção da Fábrica de Projetís e Armamentos do Andaraí, durante o Segundo Conflito Mundial do século passado, que garantiu a vida de muitos brasileiros; foi interventor do Governo Federal em empresas alemãs durante esse conflito e, segundo seus relatos que ouvia quando criança, sempre elogiou o denôdo, a constância, a seriedade e a técnica dos alemães. Com ele aprendi, junto com o alfabeto, o significado de Normas DIN, schnell und danke!
    Encerrou sua carreira de forma precoce, devido a um AVC quando era Diretor Técnico da Fábrica Nacional de Motores, em 1951e faleceu em 1973.
    Seu nome era Lavio Cesar de Carvalho e em sua homenagem, dei esse nome ao meu segundo filho.
    Mas meu avô teve quatro filhos, um dos quais, após formar-se no ITA como engenheiro aeronáutico, foi trabalhar na Vemag, só de lá saindo quando do seu fechamento. Foi responsável pela ferramentaria e desenvolveu os projetos de estampos do Fissore e da frente dos DKW-Vemag 1967; trabalhou posteriormente na Volkswagem e na Karman-Ghia, onde novamente ouvi histórias sobre a forma de trabalhar dos alemães e como, graças a essa atitude que poderia se chamar de prussiana, as coisas funcionam.
    Meu tio faleceu em 2004 e se chamava Alceste Wladimir de Carvalho.
    No mês passado estive na Alemanha e visitei as origens da DKW; fiquei estupefato com a quantidade de fábricas que eles tiveram em Zwickau, Chemnitz, Zchopau, Ingostad; fiquei também impressionado em como esse país se ergueu depois de duas guerras, promoveram uma integração com a antiga República Democrática Alemã e são a potência econômica e social de hoje.
    Eu, particularmente já trabalhei com alemães em empresas como DEMAG, BORSIG, MAN-Ghh, e aprendi com eles muito do que hoje pratico.
    Alemães não se atrasam, não se comprometem com o que não podem cumprir e não descumprem as normas.
    A foto em questão demonstra uma atitude inadequada para o ambiente de trabalho, colocando em risco a segurança do empregado, expõe uma propriedade particular a estranhos e, provavelmente, estava desrespeitando as normas vigentes.
    Ou seja, tudo errado.
    Acho que a advertência dada está correta; se isso fosse feito de forma sistemática no nosso país, não teríamos tantas reclamações do serviço público, tantos acidentes de trãnsito e na construção civil e seríamos maiores do que já somos.
    Jorge Luiz de Carvalho

    Resposta
  • 8 de setembro de 2008 em 08:58
    Permalink

    Jorge Luiz,
    Como li o livro do Umaras, permita-me dar os meus pitacos:
    Acho algumas coisas que você fala coerentes, mas na realidade, se isto fosse realmente verdade, seria uma maravilha, mas que funcionava apenas na teoria, pois o que eles implantaram lá dentro foi um ritmo de produção alucinante e exploração da mão de obra barata,além de serem incompetentes, como é descrito abaixo com propriedade e conhecimento de causa pelo Luiz Braidatto, que trabalhou lá por muitos anos.
    Se um terço do que o Umaras descreve em seu livro for verdade, e acho que é, esses alemães que vieram ao Brasil administrar a Vemag, deveriam, no mínimo, é serem expulsos do pais para o bem do povo brasileiro.
    Uma coisa é exigir eficiência, assiduidade, compromisso com o trabalho e outra é tratar empregados como se fossem escravos.

    “Um erro gravíssimo que se cometia na época era pressionar os técnicos e operários a seguir um ritmo de produção acima dos limites toleráveis, talvez influência dos trabalhos nas fábricas alemãs durante a Segunda Guerra Mundial”

    “Quantos operários não sobreviveram, quantos outros que operavam prensas hidráulicas na estamparia foram mutilados, quantos pintores nos túneis de pintura saíram com os pulmões arruinados pela ação dos produtos químicos e do equipamento inadequado de proteção, quantos não suportaram aquele ritmo alucinante… Eu, graças ao bom Deus somente saí da Vemag com o estômago comprometido, ulcerado pelo estresse. Entretanto, também paguei o meu preço: fui submetido a uma cirurgia anos depois já fora da Vemag (sem direito ao tratamento pela Fundação São Domingos que atendia os funcionários da Vemag). Felizmente, consegui me recuperar.”

    “O diretor que queria falar comigo era tal de doutor Paul Ivany, o próprio alemão (mas descendente de húngaros) da GESTAPO, parecia uma cópia de Goering da turma do Hitler. “
    “Era um homem aterrador.Todas as vezes que ele inspecionava algum setor, rolavam cabeças, era o próprio carrasco. Levei um “chá de cadeira” na ante-sala do seu escritório, sentadinho em frente à sua secretária, uma fraulen dos seus trinta anos, loira branquela, que deixava aparecer parte das coxas bem torneadas, revelando seios bem volumosos e eu ficava imaginando como seria aquela loirona pelada na cama. “

    Jovino

    Resposta
  • 8 de setembro de 2008 em 08:58
    Permalink

    Jorge Luiz,
    Como li o livro do Umaras, permita-me dar os meus pitacos:
    Acho algumas coisas que você fala coerentes, mas na realidade, se isto fosse realmente verdade, seria uma maravilha, mas que funcionava apenas na teoria, pois o que eles implantaram lá dentro foi um ritmo de produção alucinante e exploração da mão de obra barata,além de serem incompetentes, como é descrito abaixo com propriedade e conhecimento de causa pelo Luiz Braidatto, que trabalhou lá por muitos anos.
    Se um terço do que o Umaras descreve em seu livro for verdade, e acho que é, esses alemães que vieram ao Brasil administrar a Vemag, deveriam, no mínimo, é serem expulsos do pais para o bem do povo brasileiro.
    Uma coisa é exigir eficiência, assiduidade, compromisso com o trabalho e outra é tratar empregados como se fossem escravos.

    “Um erro gravíssimo que se cometia na época era pressionar os técnicos e operários a seguir um ritmo de produção acima dos limites toleráveis, talvez influência dos trabalhos nas fábricas alemãs durante a Segunda Guerra Mundial”

    “Quantos operários não sobreviveram, quantos outros que operavam prensas hidráulicas na estamparia foram mutilados, quantos pintores nos túneis de pintura saíram com os pulmões arruinados pela ação dos produtos químicos e do equipamento inadequado de proteção, quantos não suportaram aquele ritmo alucinante… Eu, graças ao bom Deus somente saí da Vemag com o estômago comprometido, ulcerado pelo estresse. Entretanto, também paguei o meu preço: fui submetido a uma cirurgia anos depois já fora da Vemag (sem direito ao tratamento pela Fundação São Domingos que atendia os funcionários da Vemag). Felizmente, consegui me recuperar.”

    “O diretor que queria falar comigo era tal de doutor Paul Ivany, o próprio alemão (mas descendente de húngaros) da GESTAPO, parecia uma cópia de Goering da turma do Hitler. “
    “Era um homem aterrador.Todas as vezes que ele inspecionava algum setor, rolavam cabeças, era o próprio carrasco. Levei um “chá de cadeira” na ante-sala do seu escritório, sentadinho em frente à sua secretária, uma fraulen dos seus trinta anos, loira branquela, que deixava aparecer parte das coxas bem torneadas, revelando seios bem volumosos e eu ficava imaginando como seria aquela loirona pelada na cama. “

    Jovino

    Resposta
  • 9 de setembro de 2008 em 01:07
    Permalink

    Para entender um pouco da história da Vemag, e do DKW desde suas origens, eu recomendo a leitura do livro “DKW – A grande história da pequena maravilha” de Paulo Cesar Sandler (Editora Alaúde). A Vemag, com todas as suas virtudes e seus defeitos foi uma indústria pioneira e que teve inestimável importância para nosso País. Os Fernandes tinham origem espanhola, fabricavam DKW´s alemães sob licença, mas era uma indústra nacional, e não uma filial da Auto Union. Quando finalmente seu controle acionário foi vendido, foi para a VW, que havia adquirido a Auto Union que antes já fora da Mercedes. A situação da Auto Union era crítica no pós guerra.Teve seu parque industrial destruído, e o que sobrou do lado oriental foi confiscado pelo governo socialista. E foi no lado socialista, nas instalações de Zwikau, que o dois tempos voltou a ser produzido primeiro,em 1949 pela Estatal IFA. Primeiro o Antigo ReichClasse, agora F8, e o novo F9, que nada mais era que o projeto do DKW F8 projetado pela propria Auto Union antes da Guerra. Enquato isso, os antigos dirigentes da Auto Union se esforçavam para tentar voltar a produzir carros na nova Alemanha Ocidental. O F89P, versão ocidental do F9, saiu somente em 1950. As alemães eram então um povo derrotado, dividido, massacrado por uma guerra que não fora sua, mas sim de Hitler. Foi com esse espírito que os funcionários alemães da Vemag desembarcaram por aqui, onde também vivíamos uma outra época, bem diferente da atual. As normas eram mais rígidas, e muitas atitudes que consideramos hoje exageradas eram relativamente comus. A década de 60 ainda trouxe a ditadura militar e suas mazelas, e certos comportamentos tornaram-se ainda mais recorrentes. Portanto, não se pode analisar com olhos atuais o episódio da máquina fotográfica acima. ABS

    Resposta
  • 9 de setembro de 2008 em 01:07
    Permalink

    Para entender um pouco da história da Vemag, e do DKW desde suas origens, eu recomendo a leitura do livro “DKW – A grande história da pequena maravilha” de Paulo Cesar Sandler (Editora Alaúde). A Vemag, com todas as suas virtudes e seus defeitos foi uma indústria pioneira e que teve inestimável importância para nosso País. Os Fernandes tinham origem espanhola, fabricavam DKW´s alemães sob licença, mas era uma indústra nacional, e não uma filial da Auto Union. Quando finalmente seu controle acionário foi vendido, foi para a VW, que havia adquirido a Auto Union que antes já fora da Mercedes. A situação da Auto Union era crítica no pós guerra.Teve seu parque industrial destruído, e o que sobrou do lado oriental foi confiscado pelo governo socialista. E foi no lado socialista, nas instalações de Zwikau, que o dois tempos voltou a ser produzido primeiro,em 1949 pela Estatal IFA. Primeiro o Antigo ReichClasse, agora F8, e o novo F9, que nada mais era que o projeto do DKW F8 projetado pela propria Auto Union antes da Guerra. Enquato isso, os antigos dirigentes da Auto Union se esforçavam para tentar voltar a produzir carros na nova Alemanha Ocidental. O F89P, versão ocidental do F9, saiu somente em 1950. As alemães eram então um povo derrotado, dividido, massacrado por uma guerra que não fora sua, mas sim de Hitler. Foi com esse espírito que os funcionários alemães da Vemag desembarcaram por aqui, onde também vivíamos uma outra época, bem diferente da atual. As normas eram mais rígidas, e muitas atitudes que consideramos hoje exageradas eram relativamente comus. A década de 60 ainda trouxe a ditadura militar e suas mazelas, e certos comportamentos tornaram-se ainda mais recorrentes. Portanto, não se pode analisar com olhos atuais o episódio da máquina fotográfica acima. ABS

    Resposta
  • 9 de setembro de 2008 em 11:23
    Permalink

    Mais uma informação histórica: Quando a VW, então já proprietária da Auto Union, estava negociando a Vemag, interessou-se pelo parque industrial para produzir o EA 97, um projeto que não foi lançado na Alemanha, por que seria concorrente direto dos VW Tipo 3. A VW já tinha o maquinário para fabricação do veículo. A idéia era fabricar esse veículo na mesma linha de montagem dos Vemag, que continuariam a ser fabricados enquanto houvesse mercado para eles. Depois poderiam ser substituidos por produtos já com a marca Audi. Quis o destino que o navio que trazia o maquinário para o Brasil naufragasse, e o maquinário se perdesse para sempre em águas profundas. A VW decidiu então utilizar o maquinário da Vemag para produzir o novo modelo EA 97, transferindo-o por questões logísticas para a Via Anchieta. O EA 97, com as adaptações necessárias foi lançado com o nome de VW 1.600, o popular “Zé do Caixão”, apelido, portanto, mais que apropriado, já que foi ele quem, em última análise, “matou” o DKW.

    Resposta
  • 9 de setembro de 2008 em 11:23
    Permalink

    Mais uma informação histórica: Quando a VW, então já proprietária da Auto Union, estava negociando a Vemag, interessou-se pelo parque industrial para produzir o EA 97, um projeto que não foi lançado na Alemanha, por que seria concorrente direto dos VW Tipo 3. A VW já tinha o maquinário para fabricação do veículo. A idéia era fabricar esse veículo na mesma linha de montagem dos Vemag, que continuariam a ser fabricados enquanto houvesse mercado para eles. Depois poderiam ser substituidos por produtos já com a marca Audi. Quis o destino que o navio que trazia o maquinário para o Brasil naufragasse, e o maquinário se perdesse para sempre em águas profundas. A VW decidiu então utilizar o maquinário da Vemag para produzir o novo modelo EA 97, transferindo-o por questões logísticas para a Via Anchieta. O EA 97, com as adaptações necessárias foi lançado com o nome de VW 1.600, o popular “Zé do Caixão”, apelido, portanto, mais que apropriado, já que foi ele quem, em última análise, “matou” o DKW.

    Resposta
  • 7 de dezembro de 2009 em 19:05
    Permalink

    Com referência ao texto do Sr. Jorge Luiz de Carvalho, gostaria somente de ressaltar que o seu tio, Dr. Carvalho (Alceste Vladimir de Carvalho), foi meu primeiro Gerente na Ferramentaria da VEMAG. Homem de muita capacidade, sério e respeitado pelos seus subordinados, entre os quais me incluo, sendo ainda garoto de 14 anos, lá permanecí por 3 anos, até justamente 1967, quando a VEMAG estava sob regime de transferência para a VW. Acrescento na relação das empresas que o Dr. Carvalho trabalhou, a ARNO em S.Paulo, onde eu o procurei 2 anos após sair da VEMAG procurando novo emprego e ele foi muito solícito e me indicou para uma vaga que acabei por ocupá-la. Lamento seu falecimento em 2004, fato que desconhecia. Atualmente resido em Santo André, onde Dr. Carvalho também residia, na R. Padre Vieira. Sobre a VEMAG, apesar de desempenhar à época funções muito simples, tenho gratas recordações, afinal foi meu primeiro emprego em 1964. Um abraço e obrigado.

    Resposta
  • 7 de dezembro de 2009 em 19:05
    Permalink

    Com referência ao texto do Sr. Jorge Luiz de Carvalho, gostaria somente de ressaltar que o seu tio, Dr. Carvalho (Alceste Vladimir de Carvalho), foi meu primeiro Gerente na Ferramentaria da VEMAG. Homem de muita capacidade, sério e respeitado pelos seus subordinados, entre os quais me incluo, sendo ainda garoto de 14 anos, lá permanecí por 3 anos, até justamente 1967, quando a VEMAG estava sob regime de transferência para a VW. Acrescento na relação das empresas que o Dr. Carvalho trabalhou, a ARNO em S.Paulo, onde eu o procurei 2 anos após sair da VEMAG procurando novo emprego e ele foi muito solícito e me indicou para uma vaga que acabei por ocupá-la. Lamento seu falecimento em 2004, fato que desconhecia. Atualmente resido em Santo André, onde Dr. Carvalho também residia, na R. Padre Vieira. Sobre a VEMAG, apesar de desempenhar à época funções muito simples, tenho gratas recordações, afinal foi meu primeiro emprego em 1964. Um abraço e obrigado.

    Resposta

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.

Verified by MonsterInsights