COOPER-FORD "KING COBRA" #2
Continuando do ponto onde paramos, como o Cooper-Ford King Cobra respondia à altura, e Dave MacDonald tocava uma barbaridade, uma semana após ter chegado em primeiro lugar no LA Times Grand Prix.
httpss://www.youtube.com/watch?v=B1bNWF5gY1g
Venceu o “Pacific Grand Prix em Laguna Seca”, derrotando as mesmas feras que estavam em Riverside.
Na virada de 1963 para 1964, Craig Lang aproxima-se de Shelby e propõe a financiar um King-Cobra para ser pilotado por Dave MacDonald, desde que a carroceria fosse pintada na sua cor favorita, laranja. Carroll Shelby viu nisso a possibilidade de ter mais carros na pista sem ter que gastar dinheiro algum, e assim nasceu o King Cobra Lang-Cooper, e mais um nome para o Cooper Monaco equipado com motor Ford 289. Nas fotos a seguir pode-se reparar que a carroceria do Lang-Cooper tem pequenas diferenças em relação aos outros Cooper-Ford King Cobra azuis de Shelby.
Em 18 de Abril de 1964, Lang leva seu carro ao recém inaugurado circuito de Phoenix.
Durante a prova MacDonald enfrenta problemas na caixa de câmbio mas, mesmo assim, acelera forte para se livrar do assédio de Skip Hudson e da velocidade estonteante do Cheetah “oficial de fábrica” de Jerry Titus, mas neste dia também, MacDonald foi imbatível.
Uma semana depois outra corrida, agora em Riverside e por muito pouco Dave Mac Donald não repetiu o feito de Phoenix.
A corrida seguinte estava agendada para 10 de Maio de 1964, em Kent, Washington. Dave MacDonald teve que ir para Indianápolis para classificar o arisco carro de Mickey Thompson, uma “cadeira elétrica” que vários pilotos haviam se recusado a pilotar. Enquanto MacDonald estava em Indy, Bob Holbert foi incumbido por Carroll Shelby para fazer testes de pneus no Lang-Cooper e destói o carro andando na chuva. Shelby determina que MacDonald pilote o Cooper-Ford King Cobra de Holbert na corrida.
Em 30 de Maio de 1964, Dave MacDonald, o piloto mais espetacular que havia nos Estados Unidos naquele tempo, teve sua brilhante carreira interrompida por acidente fatal nas 500 Milhas de Indianápolis. Ed Leslie, outro piloto de Shelby assumiu o lugar de MacDonald mas não obteve o mesmo sucesso. Nem Ken Miles, nem mesmo Parnelli Jones que, em Outubro de 1964, repetiu o feito de MacDonald no ano anterior e levou o King Cobra #94 à vitória no Los Angeles Times Grand Prix.
Após 1964 a Ford “incentivou” Shelby a encerrar sua participação nos eventos da SCCA e concentrar seus esforços no desenvolvimento do GT40. Os “King Cobras” foram vendidos por US$ 3.000,00 cada a pilotos privados. Felizmente, ao contrário do que acontece no Brasil em que carros de corrida não mais competitivos são sucateados, o King Cobra # 98 está restaurado, como se vê na foto abaixo.
Colunista: Luiz Vicente Miranda, engenheiro mecânico, antigomobilista, possui um MGB Roadster 1967 e um Porsche 914 1974, entusiasta de esportes a motor, ex-kartista e motociclista apaixonado por máquinas inglesas, como Triumph, HRD-Vincent, Norton e BSA…
(reprodução/DaveMacDonaldNet)