DIÁRIOS DO HUGO #1

O COMEÇO
Por Hugo Borghi

“Desde que me entendo por gente, sempre fui apaixonado por carros e automobilismo”.
Assisti minha primeira corrida aos seis anos de idade, nos ombros do meu pai, para poder enxergar alguma coisa. Foi em janeiro de 1954, a última prova disputada no Circuito da Gávea, o temido “Trampolim do Diabo”. Ficamos posicionados na descida da Rua Marquês de São Vicente que era de paralelepípedos, e ainda por cima, tinha trilhos de bonde. Além do mais, chuviscava naquele dia, imaginem! Só me lembro das “baratinhas” passando velozes e do ronco que faziam. Hoje, sei que o suíço Emmanuel de Graffenried venceu com Maserati esporte 2-litros, que Chico Landi foi terceiro com um Ferrari 166 MM e que o Porsche 550 Spyder do Hans Stuck quebrou.
Depois de colecionar carrinhos da Dinky e Corgi Toys, Solido e Schuco, comecei a juntar revistas.
Desde os primeiros números de Quatro Rodas e Autoesporte, lia, relia, e babava com os textos e fotos em P&B das corridas dos anos de ouro do automobilismo nacional.
Era a época dos endiabrados DKW da Vemag, com seus motorzinhos de 3 cilindros dois-tempos levados de 44 para incríveis 100 cv pelo genial Jorge Lettry, montados, desmontados, remontados, acertados e regulados pelas mãos mágicas do Crispim, com quem tenho o prazer de poder conversar, hoje em dia, nos boxes de Interlagos.
Ouvir do próprio Miguel Crispim Ladeira as histórias das corridas nos primórdios da indústria automobilística nacional, das dificuldades e dos problemas que tinham de superar e das geniais improvisações para fazer aqueles carrinhos voarem nas pistas nas mãos de Bird Clemente, Marinho, Chiquinho Lameirão, Anísio Campos e Norman Casari, é um privilégio com o qual não podia sequer sonhar na minha adolescência!
Dos pilotos que se aposentaram, Chiquinho Lameirão e Jan Balder ainda freqüentam, assiduamente, os boxes de Interlagos. Assim como, porém mais raramente, Bird Clemente, Luizinho Pereira Bueno, Bob Sharp e muitos outros ícones do automobilismo.
Sempre sorridentes, afáveis, e prontos a bater um papo e a contar histórias inebriantes. Emerson e Wilsinho Fittipaldi até voltaram a correr, e agora, são “meus colegas”!
No período de transição, entre somente carros de corrida importados e carreteras, e veículos fabricados no Brasil, foram surgindo nas pistas, além dos DKW, as Berlinetas Interlagos, os JK, KG-Porsche, Gordini, Simca, os sempre presente Fuscas, e tudo e qualquer coisa que tivesse um motor, quatro rodas e alguém para pilotar.
O primeiro carro de corridas no qual andei foi um Maserati 450S que pertencia ao Sérgio Bernardes, pai do meu amigo, e quase irmão, Cláudio Bernardes, fiel e inseparável parceiro de tantas aventuras. Seu irmão Serginho “pegou emprestado” o Maserati e me convidou para ir da Rua Tonelero, em Copacabana, onde moravam, até o Iate Clube, na Urca. Nunca mais fiz esse trajeto tão rápido na minha vida!

O carro (acima), um dos mais lindos que já vi até hoje, havia estreado em 1957 na 1000 Quilômetros de Buenos Aires com Fangio e Stirling Moss, e vencido a 12 Horas de Sebring, com Fangio e Jean Behra, no mesmo ano.
O Sérgio Bernardes foi um arquiteto genial, um dos melhores que o Brasil já teve. Era também um apaixonado por carros de corrida.
Chegou a possuir também um Ferrari de competição, com o qual disputou algumas provas na Europa.
Em 1960, logo antes dos Bernardes se mudarem do Edifício Albervânia, na Rua Tonelero 180, para a famosa e cinematográfica casa, no número 1 da Av. Niemeyer 179, Sérgio presenteou o Cláudio, pelo seu aniversário de 11 anos, com um brinquedo inglês, nunca antes visto por estas bandas. Um Scalextric. Nada mais era, do que o precursor do “autorama” que, anos mais tarde, viria a ser um fenomenal sucesso. Mas em 1960, e ainda mais para uma criança, era uma coisa quase inacreditável. Do outro mundo! Junto com os pedaços de pista e controles, vinham 4 carrinhos. Um Vanwall e um Lotus 16 para os fãs de Fórmula 1, e um Aston Martin DBR1 e um Lister-Jaguar, para os amantes de protótipos. Montávamos a pista no jardim de inverno do apartamento, e quase gastávamos os polegares nos controles de aceleração.
Quando o Sérgio dispensava o seu motorista que atendia pelo nome de Napoleão Bonaparte… De Araújo, e nos dava carona para o colégio, no Aero Willys preto 1960, aproveitava para nos mostrar como fazer um “four wheel drift” perfeito, nas curvas em torno da lagoa.
Cláudio e eu passávamos os dias no escritório do Sérgio, na beira da sua prancheta, rabiscando desenhos e projetos imaginários. Alguns anos depois, acompanhamos de camarote, o nascimento e desenvolvimento do projeto do “Bernardette”, um automóvel criado pelo Sérgio que, como várias das suas idéias, infelizmente estava muito à frente do seu tempo.
Cláudio acompanhou os passos do pai, e veio a se tornar também, um dos grandes arquitetos do país, no que foi seguido pelo seu filho, Thiago.
Hugo Borghi

www.ararenovaes.blogspot.com

Luiz Salomão

Blogueiro e arteiro multimídia por opção. Dublê de piloto do "Okrasa" Conexão direta com o esporte a motor!

40 comentários em “DIÁRIOS DO HUGO #1

  • 3 de março de 2009 em 09:30
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    Belíssimo texto Hugo, uma “viagem” no tempo e isso é muito bom, principalmente pra quem tem mais de 5.0.
    Continue nos brindando com histórias como essa.
    Parabéns!
    Ah, e a caricatura da Brasa?

    Um grande abraço.

    Resposta
  • 3 de março de 2009 em 09:30
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    Belíssimo texto Hugo, uma “viagem” no tempo e isso é muito bom, principalmente pra quem tem mais de 5.0.
    Continue nos brindando com histórias como essa.
    Parabéns!
    Ah, e a caricatura da Brasa?

    Um grande abraço.

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  • 3 de março de 2009 em 09:33
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    Ararê vc me deu uma excelente idéia…vou colocar na assinatura a Brasuca!
    Boa…

    Resposta
  • 3 de março de 2009 em 09:33
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    Ararê vc me deu uma excelente idéia…vou colocar na assinatura a Brasuca!
    Boa…

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  • 3 de março de 2009 em 09:41
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    Caro Hugo ,exelente seu texto , quando vc fala do Crispin então!!! um baita cara , uma lenda viva . Meu pai Rui Amaral foi amigo de seu pai , e entrou em seu partido o PRT onde se elegeu D. Federal em 1961 .Estavamos conversando sb ele outro dia , e meu irmão Paulo me dizia que seu pai era um dos maiores conhecedores de café do mundo .Otimo de encontrar nestas páginas do Luiz , parabens , continue que estaremos lendo.

    Resposta
  • 3 de março de 2009 em 09:41
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    Caro Hugo ,exelente seu texto , quando vc fala do Crispin então!!! um baita cara , uma lenda viva . Meu pai Rui Amaral foi amigo de seu pai , e entrou em seu partido o PRT onde se elegeu D. Federal em 1961 .Estavamos conversando sb ele outro dia , e meu irmão Paulo me dizia que seu pai era um dos maiores conhecedores de café do mundo .Otimo de encontrar nestas páginas do Luiz , parabens , continue que estaremos lendo.

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  • 3 de março de 2009 em 10:35
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    Começou da melhor maneira possível: falando bem de Maserati. Elasrealmente são lindas, principalmente a 300S.

    Resposta
  • 3 de março de 2009 em 10:35
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    Começou da melhor maneira possível: falando bem de Maserati. Elasrealmente são lindas, principalmente a 300S.

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  • 3 de março de 2009 em 10:52
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    Sen-sa-cio-nal história, “Seu Hugo”!
    E o tonto aqui achando que voce tivesse começado anteontem! Que só “gostava um pouquinho” e finalmente resolveu brincar de carrinho!
    O caramba!
    Esse negócio de asistir sua primeira prova no trampolim do diabo nos ombros de seu pai é uma coisa de louco de legal! Pra contar pros filhos, netos, bisnetos e agora pra todo mundo saber. Imagino teus olhos brilhando, coraçãozinho batendo rápido, hipnotizado com aqueles carros, cheiros e sons.
    Ter andado de Maserati então, não há dinheiro que pague, não tem apaixonado que resista.
    Juntando-me ao côro: Conta mais, Hugo! Não deixe por menos, despeje aí seus sonhos e histórias.
    Peço que partilhe conosco suas experiencias, não as guarde apenas para si.
    E fico feliz demais por saber que demorou tanto para finalmente dar vazão a seus sonhos. Não parece agora que o tempo nem passou? E estar no Templo dialogando com os Mestres do Ofício, falando com os Deuses como iguais realmente não dá nem para descrever.
    Parabéns, Hugo.
    Voce chegou lá.

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  • 3 de março de 2009 em 10:52
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    Sen-sa-cio-nal história, “Seu Hugo”!
    E o tonto aqui achando que voce tivesse começado anteontem! Que só “gostava um pouquinho” e finalmente resolveu brincar de carrinho!
    O caramba!
    Esse negócio de asistir sua primeira prova no trampolim do diabo nos ombros de seu pai é uma coisa de louco de legal! Pra contar pros filhos, netos, bisnetos e agora pra todo mundo saber. Imagino teus olhos brilhando, coraçãozinho batendo rápido, hipnotizado com aqueles carros, cheiros e sons.
    Ter andado de Maserati então, não há dinheiro que pague, não tem apaixonado que resista.
    Juntando-me ao côro: Conta mais, Hugo! Não deixe por menos, despeje aí seus sonhos e histórias.
    Peço que partilhe conosco suas experiencias, não as guarde apenas para si.
    E fico feliz demais por saber que demorou tanto para finalmente dar vazão a seus sonhos. Não parece agora que o tempo nem passou? E estar no Templo dialogando com os Mestres do Ofício, falando com os Deuses como iguais realmente não dá nem para descrever.
    Parabéns, Hugo.
    Voce chegou lá.

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  • 3 de março de 2009 em 12:16
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    Dr.Hugo,
    Às terças e quintas SÓ(!),num vai dá não…queremos mais!Narrativas assim não cansam,a gente não quer interromper a leitura,sacumé…

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  • 3 de março de 2009 em 12:16
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    Dr.Hugo,
    Às terças e quintas SÓ(!),num vai dá não…queremos mais!Narrativas assim não cansam,a gente não quer interromper a leitura,sacumé…

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  • 3 de março de 2009 em 13:04
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    To curioso com essa história do “Bernadette”. não tem nenhuma imagem do carro?

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  • 3 de março de 2009 em 13:04
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    To curioso com essa história do “Bernadette”. não tem nenhuma imagem do carro?

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  • 3 de março de 2009 em 20:09
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    Bom dia Hugo. Foi com emoção que conclui a leitura de sua texto. Este mundo é realmente muito pequeno.Certamente demos algumas trombadas no passado.Fui muito amigo do saudoso Serginho pois eramos colegas de sala e carteira no colégio Brasil América a Rua das Palmeiras, juntamente com seus primos Gil Bernardes e Paulo Guilhobel. A Masserati que voce descreveu eu a conheci na cor cinza mas o motor havia explodido e substituiram por um Sinca para poder correr como mecanica continental. Era de fato fantastica.
    O velho Sergio era um cara fantastico e aturava nossas maluquices na boa. Grande arquiteto e responsavel pelo projeto do autodromo de Nova Iguaçu “Adrienópolis”, um circuito tipo ova de 4 retas e 4 curvas que não chegou a ser asfaltado.
    A Bernadete conheci o projeto, com portas que se abriam em corrediças (tipo dos furgoes atuais) permitindo saida facil e com os bancos giratorios para facilitar a entrada e saida dos passageiros.O cara tinha projetos fantasticos como uma pista perimetral que ligava Botafogo a Lagoa atravez dos morros do cemitério, etc.
    Caro Hugo. Seu texto sobre a Gavea me fez voltar 50 anos atraz pois assisti as ultimas duas corridas anos 52 e 53 as quais tenho perfeitas lembranças sendo que em 52, com apenas 9 anos e ja muito independente resolvi assistir a famosa corrida. Estava chovendo e fui de bonde ate a praça do Jockey Club, onde ao soltar andando,levei um tombo e quase fico embaixo do reboque. Subi a Marques de S. Vicente e fiquei assistindo emcima do muro da atual PUC até o momento que soubemos que na curva acima tinha havido um acidenta.A adrenalina subiu junto com a grande curiosidade e assim pulamos do muro e subimos a rua.La estava estacionado junto ao poste a barata do Andreata. Lembro que examinei seu interior, observando a caixa d marchas e transmissaõ no meio as pernas do piloto e atonico com aguela sena, sentei-me no muro de grades ali existente quando então os carros iriam completar outra volta. A rua era de paralelepipedos, com dois trilhos do bonde, em descida e estava molhada, dificil de pilotar. Minha ultima imagem foi a de um carro derrapando com seu piloto sendo projetado, batendo no carro estacionado e atingindo 2 adultos e uma crinça (eu). Fiquei imprensado pelo pé e tempos depois no Miguel Couto soube que era o piloto Aristides Bertuol em sua Masserati.
    Obrigado por me voltar no tempo e desculpi-me se me alonguei muito mas afinal são 50 anos de automobilismo.
    Forte abraço Eduardo Castro

    Resposta
  • 3 de março de 2009 em 20:09
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    Bom dia Hugo. Foi com emoção que conclui a leitura de sua texto. Este mundo é realmente muito pequeno.Certamente demos algumas trombadas no passado.Fui muito amigo do saudoso Serginho pois eramos colegas de sala e carteira no colégio Brasil América a Rua das Palmeiras, juntamente com seus primos Gil Bernardes e Paulo Guilhobel. A Masserati que voce descreveu eu a conheci na cor cinza mas o motor havia explodido e substituiram por um Sinca para poder correr como mecanica continental. Era de fato fantastica.
    O velho Sergio era um cara fantastico e aturava nossas maluquices na boa. Grande arquiteto e responsavel pelo projeto do autodromo de Nova Iguaçu “Adrienópolis”, um circuito tipo ova de 4 retas e 4 curvas que não chegou a ser asfaltado.
    A Bernadete conheci o projeto, com portas que se abriam em corrediças (tipo dos furgoes atuais) permitindo saida facil e com os bancos giratorios para facilitar a entrada e saida dos passageiros.O cara tinha projetos fantasticos como uma pista perimetral que ligava Botafogo a Lagoa atravez dos morros do cemitério, etc.
    Caro Hugo. Seu texto sobre a Gavea me fez voltar 50 anos atraz pois assisti as ultimas duas corridas anos 52 e 53 as quais tenho perfeitas lembranças sendo que em 52, com apenas 9 anos e ja muito independente resolvi assistir a famosa corrida. Estava chovendo e fui de bonde ate a praça do Jockey Club, onde ao soltar andando,levei um tombo e quase fico embaixo do reboque. Subi a Marques de S. Vicente e fiquei assistindo emcima do muro da atual PUC até o momento que soubemos que na curva acima tinha havido um acidenta.A adrenalina subiu junto com a grande curiosidade e assim pulamos do muro e subimos a rua.La estava estacionado junto ao poste a barata do Andreata. Lembro que examinei seu interior, observando a caixa d marchas e transmissaõ no meio as pernas do piloto e atonico com aguela sena, sentei-me no muro de grades ali existente quando então os carros iriam completar outra volta. A rua era de paralelepipedos, com dois trilhos do bonde, em descida e estava molhada, dificil de pilotar. Minha ultima imagem foi a de um carro derrapando com seu piloto sendo projetado, batendo no carro estacionado e atingindo 2 adultos e uma crinça (eu). Fiquei imprensado pelo pé e tempos depois no Miguel Couto soube que era o piloto Aristides Bertuol em sua Masserati.
    Obrigado por me voltar no tempo e desculpi-me se me alonguei muito mas afinal são 50 anos de automobilismo.
    Forte abraço Eduardo Castro

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  • 3 de março de 2009 em 20:09
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    Bom dia Hugo. Foi com emoção que conclui a leitura de sua texto. Este mundo é realmente muito pequeno.Certamente demos algumas trombadas no passado.Fui muito amigo do saudoso Serginho pois eramos colegas de sala e carteira no colégio Brasil América a Rua das Palmeiras, juntamente com seus primos Gil Bernardes e Paulo Guilhobel. A Masserati que voce descreveu eu a conheci na cor cinza mas o motor havia explodido e substituiram por um Sinca para poder correr como mecanica continental. Era de fato fantastica.
    O velho Sergio era um cara fantastico e aturava nossas maluquices na boa. Grande arquiteto e responsavel pelo projeto do autodromo de Nova Iguaçu “Adrienópolis”, um circuito tipo ova de 4 retas e 4 curvas que não chegou a ser asfaltado.
    A Bernadete conheci o projeto, com portas que se abriam em corrediças (tipo dos furgoes atuais) permitindo saida facil e com os bancos giratorios para facilitar a entrada e saida dos passageiros.O cara tinha projetos fantasticos como uma pista perimetral que ligava Botafogo a Lagoa atravez dos morros do cemitério, etc.
    Caro Hugo. Seu texto sobre a Gavea me fez voltar 50 anos atraz pois assisti as ultimas duas corridas anos 52 e 53 as quais tenho perfeitas lembranças sendo que em 52, com apenas 9 anos e ja muito independente resolvi assistir a famosa corrida. Estava chovendo e fui de bonde ate a praça do Jockey Club, onde ao soltar andando,levei um tombo e quase fico embaixo do reboque. Subi a Marques de S. Vicente e fiquei assistindo emcima do muro da atual PUC até o momento que soubemos que na curva acima tinha havido um acidenta.A adrenalina subiu junto com a grande curiosidade e assim pulamos do muro e subimos a rua.La estava estacionado junto ao poste a barata do Andreata. Lembro que examinei seu interior, observando a caixa d marchas e transmissaõ no meio as pernas do piloto e atonico com aguela sena, sentei-me no muro de grades ali existente quando então os carros iriam completar outra volta. A rua era de paralelepipedos, com dois trilhos do bonde, em descida e estava molhada, dificil de pilotar. Minha ultima imagem foi a de um carro derrapando com seu piloto sendo projetado, batendo no carro estacionado e atingindo 2 adultos e uma crinça (eu). Fiquei imprensado pelo pé e tempos depois no Miguel Couto soube que era o piloto Aristides Bertuol em sua Masserati.
    Obrigado por me voltar no tempo e desculpi-me se me alonguei muito mas afinal são 50 anos de automobilismo.
    Forte abraço Eduardo Castro

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  • 3 de março de 2009 em 20:09
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    Bom dia Hugo. Foi com emoção que conclui a leitura de sua texto. Este mundo é realmente muito pequeno.Certamente demos algumas trombadas no passado.Fui muito amigo do saudoso Serginho pois eramos colegas de sala e carteira no colégio Brasil América a Rua das Palmeiras, juntamente com seus primos Gil Bernardes e Paulo Guilhobel. A Masserati que voce descreveu eu a conheci na cor cinza mas o motor havia explodido e substituiram por um Sinca para poder correr como mecanica continental. Era de fato fantastica.
    O velho Sergio era um cara fantastico e aturava nossas maluquices na boa. Grande arquiteto e responsavel pelo projeto do autodromo de Nova Iguaçu “Adrienópolis”, um circuito tipo ova de 4 retas e 4 curvas que não chegou a ser asfaltado.
    A Bernadete conheci o projeto, com portas que se abriam em corrediças (tipo dos furgoes atuais) permitindo saida facil e com os bancos giratorios para facilitar a entrada e saida dos passageiros.O cara tinha projetos fantasticos como uma pista perimetral que ligava Botafogo a Lagoa atravez dos morros do cemitério, etc.
    Caro Hugo. Seu texto sobre a Gavea me fez voltar 50 anos atraz pois assisti as ultimas duas corridas anos 52 e 53 as quais tenho perfeitas lembranças sendo que em 52, com apenas 9 anos e ja muito independente resolvi assistir a famosa corrida. Estava chovendo e fui de bonde ate a praça do Jockey Club, onde ao soltar andando,levei um tombo e quase fico embaixo do reboque. Subi a Marques de S. Vicente e fiquei assistindo emcima do muro da atual PUC até o momento que soubemos que na curva acima tinha havido um acidenta.A adrenalina subiu junto com a grande curiosidade e assim pulamos do muro e subimos a rua.La estava estacionado junto ao poste a barata do Andreata. Lembro que examinei seu interior, observando a caixa d marchas e transmissaõ no meio as pernas do piloto e atonico com aguela sena, sentei-me no muro de grades ali existente quando então os carros iriam completar outra volta. A rua era de paralelepipedos, com dois trilhos do bonde, em descida e estava molhada, dificil de pilotar. Minha ultima imagem foi a de um carro derrapando com seu piloto sendo projetado, batendo no carro estacionado e atingindo 2 adultos e uma crinça (eu). Fiquei imprensado pelo pé e tempos depois no Miguel Couto soube que era o piloto Aristides Bertuol em sua Masserati.
    Obrigado por me voltar no tempo e desculpi-me se me alonguei muito mas afinal são 50 anos de automobilismo.
    Forte abraço Eduardo Castro

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  • 3 de março de 2009 em 20:09
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    Bom dia Hugo. Foi com emoção que conclui a leitura de sua texto. Este mundo é realmente muito pequeno.Certamente demos algumas trombadas no passado.Fui muito amigo do saudoso Serginho pois eramos colegas de sala e carteira no colégio Brasil América a Rua das Palmeiras, juntamente com seus primos Gil Bernardes e Paulo Guilhobel. A Masserati que voce descreveu eu a conheci na cor cinza mas o motor havia explodido e substituiram por um Sinca para poder correr como mecanica continental. Era de fato fantastica.
    O velho Sergio era um cara fantastico e aturava nossas maluquices na boa. Grande arquiteto e responsavel pelo projeto do autodromo de Nova Iguaçu “Adrienópolis”, um circuito tipo ova de 4 retas e 4 curvas que não chegou a ser asfaltado.
    A Bernadete conheci o projeto, com portas que se abriam em corrediças (tipo dos furgoes atuais) permitindo saida facil e com os bancos giratorios para facilitar a entrada e saida dos passageiros.O cara tinha projetos fantasticos como uma pista perimetral que ligava Botafogo a Lagoa atravez dos morros do cemitério, etc.
    Caro Hugo. Seu texto sobre a Gavea me fez voltar 50 anos atraz pois assisti as ultimas duas corridas anos 52 e 53 as quais tenho perfeitas lembranças sendo que em 52, com apenas 9 anos e ja muito independente resolvi assistir a famosa corrida. Estava chovendo e fui de bonde ate a praça do Jockey Club, onde ao soltar andando,levei um tombo e quase fico embaixo do reboque. Subi a Marques de S. Vicente e fiquei assistindo emcima do muro da atual PUC até o momento que soubemos que na curva acima tinha havido um acidenta.A adrenalina subiu junto com a grande curiosidade e assim pulamos do muro e subimos a rua.La estava estacionado junto ao poste a barata do Andreata. Lembro que examinei seu interior, observando a caixa d marchas e transmissaõ no meio as pernas do piloto e atonico com aguela sena, sentei-me no muro de grades ali existente quando então os carros iriam completar outra volta. A rua era de paralelepipedos, com dois trilhos do bonde, em descida e estava molhada, dificil de pilotar. Minha ultima imagem foi a de um carro derrapando com seu piloto sendo projetado, batendo no carro estacionado e atingindo 2 adultos e uma crinça (eu). Fiquei imprensado pelo pé e tempos depois no Miguel Couto soube que era o piloto Aristides Bertuol em sua Masserati.
    Obrigado por me voltar no tempo e desculpi-me se me alonguei muito mas afinal são 50 anos de automobilismo.
    Forte abraço Eduardo Castro

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  • 3 de março de 2009 em 20:09
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    Bom dia Hugo. Foi com emoção que conclui a leitura de sua texto. Este mundo é realmente muito pequeno.Certamente demos algumas trombadas no passado.Fui muito amigo do saudoso Serginho pois eramos colegas de sala e carteira no colégio Brasil América a Rua das Palmeiras, juntamente com seus primos Gil Bernardes e Paulo Guilhobel. A Masserati que voce descreveu eu a conheci na cor cinza mas o motor havia explodido e substituiram por um Sinca para poder correr como mecanica continental. Era de fato fantastica.
    O velho Sergio era um cara fantastico e aturava nossas maluquices na boa. Grande arquiteto e responsavel pelo projeto do autodromo de Nova Iguaçu “Adrienópolis”, um circuito tipo ova de 4 retas e 4 curvas que não chegou a ser asfaltado.
    A Bernadete conheci o projeto, com portas que se abriam em corrediças (tipo dos furgoes atuais) permitindo saida facil e com os bancos giratorios para facilitar a entrada e saida dos passageiros.O cara tinha projetos fantasticos como uma pista perimetral que ligava Botafogo a Lagoa atravez dos morros do cemitério, etc.
    Caro Hugo. Seu texto sobre a Gavea me fez voltar 50 anos atraz pois assisti as ultimas duas corridas anos 52 e 53 as quais tenho perfeitas lembranças sendo que em 52, com apenas 9 anos e ja muito independente resolvi assistir a famosa corrida. Estava chovendo e fui de bonde ate a praça do Jockey Club, onde ao soltar andando,levei um tombo e quase fico embaixo do reboque. Subi a Marques de S. Vicente e fiquei assistindo emcima do muro da atual PUC até o momento que soubemos que na curva acima tinha havido um acidenta.A adrenalina subiu junto com a grande curiosidade e assim pulamos do muro e subimos a rua.La estava estacionado junto ao poste a barata do Andreata. Lembro que examinei seu interior, observando a caixa d marchas e transmissaõ no meio as pernas do piloto e atonico com aguela sena, sentei-me no muro de grades ali existente quando então os carros iriam completar outra volta. A rua era de paralelepipedos, com dois trilhos do bonde, em descida e estava molhada, dificil de pilotar. Minha ultima imagem foi a de um carro derrapando com seu piloto sendo projetado, batendo no carro estacionado e atingindo 2 adultos e uma crinça (eu). Fiquei imprensado pelo pé e tempos depois no Miguel Couto soube que era o piloto Aristides Bertuol em sua Masserati.
    Obrigado por me voltar no tempo e desculpi-me se me alonguei muito mas afinal são 50 anos de automobilismo.
    Forte abraço Eduardo Castro

    Resposta
  • 4 de março de 2009 em 02:57
    Permalink

    Hugo, boa noite !
    Vejo aqui mais um indício de que a informaçõe da Maserati sobre a vinda de 2 450S para o Brazil podem ser verdadeiras, apesar de eu nunca ter conseguido encontrar algum registro das duas juntas !!!
    Será que vc conseguiria mais alguma informação sobre este carro ?

    Saloma,
    A foto que vc colocou da 450S é moderna. Será que a turma do RJ não consegue alguma autêntica foto de época ?
    E, talvez, mais alguma pista do destino deste carro ?

    Edu Castro,
    Você tem alguma foto da Maserati cinza ?
    Esta sua informação de uma Maserati cinza com motor de Simca, bate mais com a 200S que veio para São Paulo, nas mãos do Adolfo Cilento, que posteriormente vendeu para o Flavio Marx.
    A 450S que estava em SP tinha o motor V8 original.

    Vamos tentar desvendar este mistério !!!!
    Abraços !

    Resposta
  • 4 de março de 2009 em 02:57
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    Hugo, boa noite !
    Vejo aqui mais um indício de que a informaçõe da Maserati sobre a vinda de 2 450S para o Brazil podem ser verdadeiras, apesar de eu nunca ter conseguido encontrar algum registro das duas juntas !!!
    Será que vc conseguiria mais alguma informação sobre este carro ?

    Saloma,
    A foto que vc colocou da 450S é moderna. Será que a turma do RJ não consegue alguma autêntica foto de época ?
    E, talvez, mais alguma pista do destino deste carro ?

    Edu Castro,
    Você tem alguma foto da Maserati cinza ?
    Esta sua informação de uma Maserati cinza com motor de Simca, bate mais com a 200S que veio para São Paulo, nas mãos do Adolfo Cilento, que posteriormente vendeu para o Flavio Marx.
    A 450S que estava em SP tinha o motor V8 original.

    Vamos tentar desvendar este mistério !!!!
    Abraços !

    Resposta
  • 4 de março de 2009 em 03:18
    Permalink

    M, a foto foi enviada pelo autor…se aparecer a foto pedida troco com prazer!

    Resposta
  • 4 de março de 2009 em 03:18
    Permalink

    M, a foto foi enviada pelo autor…se aparecer a foto pedida troco com prazer!

    Resposta
  • 4 de março de 2009 em 10:00
    Permalink

    Edu Castro, Hugo e Saloma:
    Voces tres tem noção do que esse espaço e suas experiencias estão proporcionando aos apaixonados por automobilismo?
    Todos nós, no máximo, esperávamos ansiosamente pelas revistas nacionais e “se desse” algumas importadas, para ler histórias digamos… pasteurizadas, de repórteres profissionais.
    Hoje partilhamos experiencias reais ricas e exsclusivas, e um exemplo claro é esse: Duas testemunhas de provas no Trampolim do Diabo, sendo que o Edu Castro quase vira estatística…
    Leio o que voces escrevem e viajo, quase que me transporto a essas passagens.
    Novamente e como sempre, obrigado a todos por dividirem suas vidas conosco – pra quem, como voces tambem, esperava as tais revistas ansiosamente, esses textos são ouro puro.
    E Sr. Edu (pelo descrito, com perto de 66 anos) precisa aparecer no Templo, pra se encontrar com a gente.
    Abraços fraternais a todos os malucos de carteirinha.

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  • 4 de março de 2009 em 10:00
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    Edu Castro, Hugo e Saloma:
    Voces tres tem noção do que esse espaço e suas experiencias estão proporcionando aos apaixonados por automobilismo?
    Todos nós, no máximo, esperávamos ansiosamente pelas revistas nacionais e “se desse” algumas importadas, para ler histórias digamos… pasteurizadas, de repórteres profissionais.
    Hoje partilhamos experiencias reais ricas e exsclusivas, e um exemplo claro é esse: Duas testemunhas de provas no Trampolim do Diabo, sendo que o Edu Castro quase vira estatística…
    Leio o que voces escrevem e viajo, quase que me transporto a essas passagens.
    Novamente e como sempre, obrigado a todos por dividirem suas vidas conosco – pra quem, como voces tambem, esperava as tais revistas ansiosamente, esses textos são ouro puro.
    E Sr. Edu (pelo descrito, com perto de 66 anos) precisa aparecer no Templo, pra se encontrar com a gente.
    Abraços fraternais a todos os malucos de carteirinha.

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  • 5 de março de 2009 em 08:59
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    Caro Claudio. Obrigado pelas palavras gentis e pelo convite para o Templo. Em breve estarei por ai.
    Acho que a Masserati era uma 200 ou 300S pois tinha aquela proteção do S.Antonio na mala. A ultima vez que a vi foi em 1964, no Postinho do Leblon e nunca tive noticias de sua venda ou paradeiro.
    Abraços a todos Edu Castro.

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  • 5 de março de 2009 em 08:59
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    Caro Claudio. Obrigado pelas palavras gentis e pelo convite para o Templo. Em breve estarei por ai.
    Acho que a Masserati era uma 200 ou 300S pois tinha aquela proteção do S.Antonio na mala. A ultima vez que a vi foi em 1964, no Postinho do Leblon e nunca tive noticias de sua venda ou paradeiro.
    Abraços a todos Edu Castro.

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  • 5 de março de 2009 em 08:59
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    Caro Claudio. Obrigado pelas palavras gentis e pelo convite para o Templo. Em breve estarei por ai.
    Acho que a Masserati era uma 200 ou 300S pois tinha aquela proteção do S.Antonio na mala. A ultima vez que a vi foi em 1964, no Postinho do Leblon e nunca tive noticias de sua venda ou paradeiro.
    Abraços a todos Edu Castro.

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  • 5 de março de 2009 em 08:59
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    Caro Claudio. Obrigado pelas palavras gentis e pelo convite para o Templo. Em breve estarei por ai.
    Acho que a Masserati era uma 200 ou 300S pois tinha aquela proteção do S.Antonio na mala. A ultima vez que a vi foi em 1964, no Postinho do Leblon e nunca tive noticias de sua venda ou paradeiro.
    Abraços a todos Edu Castro.

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  • 5 de março de 2009 em 08:59
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    Caro Claudio. Obrigado pelas palavras gentis e pelo convite para o Templo. Em breve estarei por ai.
    Acho que a Masserati era uma 200 ou 300S pois tinha aquela proteção do S.Antonio na mala. A ultima vez que a vi foi em 1964, no Postinho do Leblon e nunca tive noticias de sua venda ou paradeiro.
    Abraços a todos Edu Castro.

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  • 5 de março de 2009 em 08:59
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    Caro Claudio. Obrigado pelas palavras gentis e pelo convite para o Templo. Em breve estarei por ai.
    Acho que a Masserati era uma 200 ou 300S pois tinha aquela proteção do S.Antonio na mala. A ultima vez que a vi foi em 1964, no Postinho do Leblon e nunca tive noticias de sua venda ou paradeiro.
    Abraços a todos Edu Castro.

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  • 5 de março de 2009 em 09:06
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    Comparsas no RJ, registro e fotos da 450S que o Hugo citou ! Faz tempo que procuramos, Saloma e “M”, faz um tempão que estamos procurando descobrir o paradeiro da danada…

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  • 5 de março de 2009 em 09:06
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    Comparsas no RJ, registro e fotos da 450S que o Hugo citou ! Faz tempo que procuramos, Saloma e “M”, faz um tempão que estamos procurando descobrir o paradeiro da danada…

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  • 13 de março de 2009 em 10:50
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    Saloma e M,
    Acho que a danada é aquela que está equipada com motor Flathead na coleção Marx e foi exposta na última exposição em São Lourenço, MG, em 2001.

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  • 13 de março de 2009 em 10:50
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    Saloma e M,
    Acho que a danada é aquela que está equipada com motor Flathead na coleção Marx e foi exposta na última exposição em São Lourenço, MG, em 2001.

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